Enfermeiros admitem suspender greve
Ministério da Saúde apresentou proposta de carreira com três categorias e introduziu a de enfermeiro especialista, uma das principais reivindicações dos sindicatos.
Depois de se reunirem com o Ministério da Saúde, a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) decidiram manter, para já, a chamada “greve cirúrgica” — nos blocos operatórios —, disseram ao PÚBLICO a dirigente da ASPE, Lúcia Leite, e do Sindepor, Carlos Ramalho. Porém, admitem ainda suspender o protesto caso o Governo cumpra o acordado esta sexta-feira: que haverá uma reunião “política ao mais alto nível” no dia 17 de Janeiro.
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Depois de se reunirem com o Ministério da Saúde, a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) decidiram manter, para já, a chamada “greve cirúrgica” — nos blocos operatórios —, disseram ao PÚBLICO a dirigente da ASPE, Lúcia Leite, e do Sindepor, Carlos Ramalho. Porém, admitem ainda suspender o protesto caso o Governo cumpra o acordado esta sexta-feira: que haverá uma reunião “política ao mais alto nível” no dia 17 de Janeiro.
Segundo Lúcia Leite, os sindicatos suspenderão a greve marcada para segunda-feira quando houver marcação formal dessa reunião com os ministérios da Saúde e das Finanças. O que, esperam, pode acontecer ainda este fim-de-semana.
A paralisação está agendada para sete centros hospitalares durante 45 dias a partir de segunda-feira. Segue-se a uma primeira que decorreu entre 22 de Novembro e o fim do ano e levou ao cancelamento de milhares de cirurgias.
Depois do fim da reunião, pelas 20h, Lúcia Leite disse que o Governo não cedeu às reivindicações, nem "aceitou assinar o memorando de entendimento". Embora a sindicalista reconheça que o Governo fez alguns avanços, em questões como as tabelas remuneratórias e a idade da reforma, não aceitou negociar as propostas dos sindicatos.
O Ministério da Saúde apresentou aos sindicatos uma proposta de uma carreira com três categorias e introduziu a categoria de enfermeiro especialista, uma das principais reivindicações.
O ministério não tinha querido, até agora, criar uma categoria de enfermeiro especialista, defendendo antes o reconhecimento dessas competências através de uma função, com um acréscimo salarial de 154 euros, valor pago apenas aos enfermeiros a exercer a especialidade tirada. Esta condição (estar a exercer uma especialidade) mantém-se para que possam aceder à nova categoria de enfermeiro especialista.
Os sindicatos e a Ordem denunciaram a existência de enfermeiros a quem este suplemento não foi atribuído. No final de Dezembro, o ministério disse estar a resolver a questão.
A Comissão Negociadora Sindical dos Enfermeiros (Cnese) — que junta o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e o Sindicato dos Enfermeiros da Madeira — também se reuniu nesta sexta-feira com a comissão negocial do Governo. A SEP vai decretar uma greve de 22 a 25 de Janeiro (independente da "greve cirúrgica", convocada por outros sindicatos).
Nos últimos dias a campanha de angariação de fundos criada pelo Movimento Greve Cirúrgica, que apoia os enfermeiros que fizerem a greve convocada pela ASPE e pelo Sindepor, teve um acréscimo de donativos, ultrapassando até agora os 387 mil euros, pouco menos do objectivo de 400 mil.