PSD-Porto compara tensão no partido à “traição” de Costa a Seguro
Presidente da distrital alerta para as “consequências imprevisíveis” de um conselho nacional extraordinário para destituir Rui Rio.
O presidente da distrital do PSD Porto, Alberto Machado, afirma que o ambiente de tensão que se instalou no partido, com alguns a defenderem a destituição de Rui Rio, só é comparável com o clima de "traição" que o PS viveu há uns anos (2014), quando António Costa "traiu" António José Seguro, o então secretário-geral dos socialistas. “Os portugueses não gostam de traições, e [quanto a] traições, nós já vimos, há uns anos, o que o dr. António Costa fez ao dr. António José Seguro”, declarou Alberto Machado.
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O presidente da distrital do PSD Porto, Alberto Machado, afirma que o ambiente de tensão que se instalou no partido, com alguns a defenderem a destituição de Rui Rio, só é comparável com o clima de "traição" que o PS viveu há uns anos (2014), quando António Costa "traiu" António José Seguro, o então secretário-geral dos socialistas. “Os portugueses não gostam de traições, e [quanto a] traições, nós já vimos, há uns anos, o que o dr. António Costa fez ao dr. António José Seguro”, declarou Alberto Machado.
A poucos dias de completar um ano na presidência do PSD, Rui Rio está debaixo de forte contestação. Vários dirigentes de distritais do PSD estiveram reunidos, na passada sexta-feira, para avaliarem a possibilidade de se convocar um conselho nacional extraordinário com um único ponto: destituir a direcção de Rui Rio.
O cenário em que o PSD não consegue um resultado honroso face ao PS de António Costa ganha cada vez mais força no partido. A alegada falta de oposição ao Governo é a principal preocupação apontada pelos críticos de Rio, que temem que a situação venha a resultar num grupo parlamentar de pequena dimensão e num partido pouco relevante no panorama político.
Em declarações ao PÚBLICO à mesma hora em que decorria, em Lisboa, a reunião da comissão política nacional, Alberto Machado disse que a ideia dos críticos de convocar um Conselho Nacional extraordinário para destituir o líder é “uma aventura de consequências imprevisíveis que em nada contribui para o futuro do partido”. Por isso, lança um apelo a "todos os dirigentes com responsabilidades que estejam a ponderar tal situação para que metam a mão na consciência”.
Afirmando que, “no limite”, a intenção de convocar um conselho nacional extraordinário “até pode fortalecer Rui Rio”, o também presidente da Junta de Freguesia de Paranhos acusa o “grupo organizado de estar a criar turbulência no partido para que o Rui Rio não tenha sucesso nos combates eleitorais que vão decorrer este ano”.
“O dr. Rui Rio candidatou-se para tentar mudar aquilo que no partido e na política estava mal e o que está a acontecer é que há um conjunto de pessoas que está a resistir a essa mudança”, conclui Alberto Machado, acrescentando que “todos os portugueses querem que passe a haver mais ética, mais credibilidade e mais seriedade na prática política e foi isso que Rui Rio disse que ia fazer no PSD”.
Desvalorizando sondagens e acusando o PS de estar demasiado optimista” relativamente às europeias, Alberto Machado assume que o objectivo do PSD é “ganhar as eleições” para o Parlamento Europeu (PE). “O PS está a subestimar aquilo que é a força do PSD, mas o partido em termos locais e concelhios tem exactamente bem estabelecido qual é o objectivo do PSD e o objectivo é ganhar as eleições europeias e, para isso, será apresentado um grande candidato e uma grande equipa”.
A direcção nacional não fala, para já, da lista ao PE, mas o nome que é apontado para ser, de novo, cabeça de lista é o do eurodeputado Paulo Rangel.