Novo director da PJ diz que investigação a Tancos não fica prejudicada com a sua saída do Ministério Público
João Melo diz que a investigação está um "avançada" e que há "investigadores de excelência" no Departamento Central de Investigação e Acção Penal.
O magistrado João Melo considerou nesta quarta-feira que o inquérito ao caso de Tancos não ficará prejudicado com a sua saída da equipa de investigadores do processo para assumir o cargo de director nacional adjunto da Polícia Judiciária (PJ).
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O magistrado João Melo considerou nesta quarta-feira que o inquérito ao caso de Tancos não ficará prejudicado com a sua saída da equipa de investigadores do processo para assumir o cargo de director nacional adjunto da Polícia Judiciária (PJ).
Questionado se a sua saída a meio do processo de Tancos poderia prejudicar a investigação, João Melo, que passou a integrar a direcção da PJ, garantiu que não, notando que a investigação "não está a meio", está um "bocado mais avançada" e que há "investigadores de excelência" no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) para continuar o trabalho.
"O trabalho [inquérito ao caso de Tancos] não vai ser prejudicado", disse o novo director adjunto da PJ, sublinhando que aquela investigação foi sempre um trabalho colectivo de vários procuradores do DCIAP, pelo que era apenas um dos procuradores co-titulares do inquérito.
Precisou, a propósito, que será substituído na investigação de Tancos pela magistrada do Ministério Público Cláudia Porto, que já estava a trabalhar na sua equipa antes de ter sido nomeado para a direcção da PJ, a convite de Luís Neves, director nacional daquela polícia.
João Melo vincou que o convite para integrar a direcção da PJ surgiu antes de existirem os problemas de Tancos, refutando qualquer ligação entre a investigação das armas furtadas de Tancos e a sua nomeação para a direcção da PJ.
Também Luís Neves declarou aos jornalistas não ter existido "qualquer peso" na escolha de João Melo para seu director adjunto e o trabalho desenvolvido por aquele magistrado no deslindamento do caso de Tancos, esclarecendo que a nomeação resultou das suas capacidades de trabalho e de organização, aliado aos valores e ao conhecimento que detém em diversas áreas de combate à criminalidade.
Luís Neves salientou que João Melo é dos "poucos" magistrados do MP que investigou diferentes esferas da criminalidade, incluindo terrorismo e crime económico.
"É uma mais-valia [para a PJ] pela sua capacidade técnica, independentemente de ter existido ou não o caso de Tancos", concluiu.
Na sua intervenção oficial, Luís Neves falou dos esforços conjuntos com o Ministério da Justiça para reforçar os meios humanos da PJ, referindo que em Março termina o curso de 120 inspectores para aquela polícia, estando prevista a entrada excepcional de mais 48 inspectores vindos do mesmo curso.
O director nacional da PJ revelou ainda que, nos próximos dias, será proposto a abertura de um novo curso para mais 120 inspectores, garantindo que existem verbas para o efeito contempladas no Orçamento do Estado par 2019.
A ideia, avançou, é que a formação destes novos 120 inspectores se possa iniciar ainda durante este ano.
Luís Neves mostrou-se também preocupado em conseguir o reforço de peritos e de pessoal informático para a PJ, a par da melhoria das condições de trabalho e de instalações da PJ, de norte a sul do país. Ao nível das instalações apontou problemas em Setúbal e Braga e anunciou a intenção de propor o aproveitamento de instalações devolutas do Estado para instalar condignamente a PJ em algumas regiões do país.
Na cerimónia de posse de João Melo estiveram presentes a procuradora-geral da República (PGR), Lucília Gago, a ex-PGR Joana Marques Vidal e os ex-directores do DCIAP Amadeu Guerra e Cândida Almeida.
Durante a manhã, o auditório da sede da PJ, em Lisboa, foi ainda palco de uma cerimónia de homenagem ao director cessante da Unidade de Perícia Financeira e Contabilidade (UPFC) da PJ, Egídio Cardoso, que se aposentou após largos anos nesta polícia de investigação científica.