O “café mais antigo do Porto” vai transformar-se em Cafeína Downtown

Grupo de Jose Avillez comprou Café Progresso, na baixa do Porto, para abrir mais um restaurante.

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O interior do café Progresso, depois da remodelação de 2017 Nelson Garrido

O “Café mais antigo do Porto”, como reclama orgulhosamente na sua fachada o café Progresso, inaugurado em 1899, mudou outra vez de mãos e vai transformar-se em “Cafeína Downtown”, mais um estabelecimento para o cada vez maior império do chef José Avillez. 

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O “Café mais antigo do Porto”, como reclama orgulhosamente na sua fachada o café Progresso, inaugurado em 1899, mudou outra vez de mãos e vai transformar-se em “Cafeína Downtown”, mais um estabelecimento para o cada vez maior império do chef José Avillez. 

A notícia é hoje dada à estampa pelo Jornal de Negócios, que cita Vasco Mourão, o gestor do grupo Cafeína, que detém cinco restaurantes no Porto e que no Verão passado foram comprados pelo grupo de José Avillez: Cafeína, Terra, Portarossa, Casa Vasco (todos na zona da Foz) e Panca Cevicheria & Pisco Bar (na Baixa). A intenção do grupo é transformar o Progresso numa réplica do afamado Cafeína, na Foz. Vasco Mourão acredita que a abertura do novo espaço pode acontecer até ao próximo Verão.

O centenário Café Progresso começou a perder a sua identidade quando no Verão de 2017 foi vendido ao empresário Diogo Baptista, que adquiriu o espaço em conjunto com Artur Ribeiro e Pedro Sá Pereira. A glória do Progresso devia-se às suas torradas e, sobretudo, ao café de saco que teimosamente continua a servir e também terá sido dos primeiros a servir aquilo a que agora chamamos café “expresso”, então tirado nas máquinas La Cimbali – daí o nome “cimbalino”, que surgia para contrapor ao café de saco. Hoje em dia, café é café. E o Progresso deixou de o ser. E vai ser um restaurante.

Com a gestão de Diogo Baptista, o café foi remodelado. Mas a gestão acabou por durar pouco tempo, já que o café terá sido comprado pelo grupo Avillez já no Verão passado. Fechou para férias por alturas de Natal, e agora só abre no Verão, já sem vestígios da vida passada.

Ao Negócios, Vasco Mourão refere que “o facto de se apresentar como o café mais antigo da cidade é apenas um slogan, pois há muito tempo que não apresentava características da sua história”. Na verdade, também o jornalista e escritor portuense já se referiu a outras casas, de portas abertas desde 1853, como o Café Porta do Olival, junto ao Campo dos Mártires da Pátria. Do velho Progresso, afinal, sobrará a interessante localização, na Rua do Actor João Guedes, bem perto da Praça de Carlos Alberto, e a casa do século XIX onde está instalado.