Bolton diz que saída da Síria depende de protecção dos curdos
O conselheiro de Segurança Nacional de Trump visita esta semana a Turquia para tentar garantir um acordo que não ponha em risco os aliados curdos.
A retirada militar dos EUA da Síria não será tão rápida como o Presidente Donald Trump sugeriu no mês passado. O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, disse no domingo que é necessário que certos “objectivos” sejam cumpridos antes da saída norte-americana do conflito.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A retirada militar dos EUA da Síria não será tão rápida como o Presidente Donald Trump sugeriu no mês passado. O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, disse no domingo que é necessário que certos “objectivos” sejam cumpridos antes da saída norte-americana do conflito.
Numa visita a Israel, Bolton referiu que uma das condições para que a retirada possa ser concretizada é a garantia de protecção dos grupos curdos que combateram o grupo jihadista do Daesh no norte da Síria, apoiados por Washington. Bolton disse que a questão será levantada esta semana durante os seus encontros com dirigentes turcos, incluindo o Presidente Recep Tayyip Erdogan.
“É muito importante que ao discutirmos com os membros da coligação, e com outros países interessados, como Israel e a Turquia, [dizer] que esperamos que aqueles que combateram ao nosso lado na Síria, particularmente os curdos” não sejam postos “em risco” pela retirada norte-americana, disse Bolton, citado pelo Washington Post.
No domingo, Trump voltou a prometer a saída da Síria, mas deu a entender que isso não irá acontecer de forma imediata. “Nunca disse que o iríamos fazer rapidamente, mas estamos a dizimar o ISIS [acrónimo do Daesh]”, afirmou.
Com o Daesh reduzido a uma ameaça muito menor do que aquela que representava quando os EUA iniciaram a sua intervenção directa na Síria, em Setembro de 2014, Trump decidiu anunciar a retirada total do território, deixando para a Turquia a tarefa de concluir a destruição do grupo jihadista.
No entanto, a retirada norte-americana deixa os seus aliados curdos expostos aos ataques turcos. A liderança curda já disse que irá procurar obter um acordo com o regime sírio após a saída dos EUA do país.
As milícias curdas das Unidades de Defesa do Povo (YPG) tiveram um papel determinante no combate aos extremistas do Daesh, aproveitando o caos da guerra civil síria para consolidar a sua presença numa região que reivindica. O apoio de Washington foi muito criticado pelo Governo turco que encara as YPG como uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), o grupo armado que actua no território turco e que é perseguido por Ancara.
Em resposta às declarações de Bolotno, o porta-voz do Governo turco, Ibrahim Kalin, reiterou que as YPG continuam a ser um alvo. “Um dos objectivos do combate da Turquia contra o PKK e as suas extensões na Síria é salvar os curdos da crueldade e opressão deste grupo terrorista”, afirmou Kalin, citado pela agência estatal Anadolu.