Oposição e países vizinhos não reconhecem legitimidade de Maduro como Presidente

Diplomacia internacional move-se para isolar o regime. A tomada de posse, numa vitória conquistada em eleições boicotadas pela oposião, está marcada para quinta-feira.

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Juan Guaidó, o novo presidente da Assembleia Nacional Manaure Quintero/REUTERS

O Parlamento venezuelano, dominado pela oposição mas esvaziado de poderes pelo regime de Nicolás Maduro, elegeu um novo presidente, Juan Guaidó, que tomou posse declarando que não reconhece a legitimidade do novo mandato do Presidente, que tomará posse na quinta-feira.

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O Parlamento venezuelano, dominado pela oposição mas esvaziado de poderes pelo regime de Nicolás Maduro, elegeu um novo presidente, Juan Guaidó, que tomou posse declarando que não reconhece a legitimidade do novo mandato do Presidente, que tomará posse na quinta-feira.

"A partir de 10 de Janeiro, Maduro estará a usurpar a Presidência da República", declarou Guaidó, um engenheiro industrial de 35 anos, do partido Vontade Popular, de Leopoldo López – um dos presos políticos do regime mais conhecidos internacionalmente, que prometeu "confrontar a ditadura" e lutar por eleições justas.

Maduro ganhou as presidenciais a 20 de Maio de 2018 e conquistou um novo mandato que o deverá manter no poder até 2025, mas a maioria das forças da oposição boicotaram as eleições, com o argumento de que não seriam livres nem justas. O Parlamento foi transformado num órgão simbólico, com as suas funções substituídas pela Assembleia Constituinte.

Os EUA apoiaram neste sábado o novo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, classificando o órgão como a única instituição legítima no país. "A Assembleia Nacional deve inspirar esperança [...] num futuro pacífico, próspero e democrático, mesmo quando o regime corrupto e autoritário de [Nicolás] Maduro e dos seus aliados tenta negar esse direito aos venezuelanos", disse em comunicado, citado pela Lusa, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Robert Palladino.

A crise venezuelana foi um dos principais temas abordados pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, quando esteve no Brasil, a 1 de Janeiro, para assistir à tomada de posse do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Milhares de venezuelanos fugiram este Verão para os países vizinhos, e muitos deles estão no estado brasileiro de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela.

A oposição representada no Parlamento tem o apoio do chamado Grupo de Lima, composto por países da América Latina com governos de tendência mais à direita (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lucia).

De fora desta lista está o México, que no entanto foi o grande impulsionador da criação do grupo – o ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano recusou-se a assinar o comunicado emitido na sexta-feira. Os mexicanos elegeram recentemente um Presidente de esquerda, Andrés Manuel López Obrador, o que fragiliza a força do grupo de pressão.