Trump diz que pode decretar estado de emergência nacional para construir o muro
Em causa está o acordo entre os dois partidos para o financiamento da construção do muro na fronteira com México, uma verba que quase chega aos seis mil milhões de dólares e que o Partido Democrata recusam aprovar.
O Presidente dos Estados Unidos disse esta sexta-feira que considera usar poderes de emergência para construir um muro na fronteira com o México, uma das promessas mais emblemáticas de Donald Trump durante a sua campanha para as eleições presidenciais, mesmo sem a aprovação do Congresso.
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O Presidente dos Estados Unidos disse esta sexta-feira que considera usar poderes de emergência para construir um muro na fronteira com o México, uma das promessas mais emblemáticas de Donald Trump durante a sua campanha para as eleições presidenciais, mesmo sem a aprovação do Congresso.
"Sim, nós podemos fazer isso. Eu não fiz isso. Eu posso fazer isto... Mas nós podemos declarar uma emergência nacional e construir isto muito depressa", afirmou Trump quando questionado sobre se já tinha se já considerado declarar estado de emergência nacional para construir a barreira antimigrações. O Presidente disse também aos líderes do Congresso que está preparado para o impasse entre partidos dure "meses, ou até anos".
O confronto entre republicanos e democratas sobre o financiamento do projecto de Trump para a sua construção levou a um shutdown parcial do governo norte-americano que dura há duas semanas. Trump diz que não apoiará o projecto de lei para financiar totalmente o governo até que consiga o dinheiro para o muro, uma verba de quase seis mil milhões de dólares (quase cinco mil milhões de euros).
A constituição dos Estados Unidos da América atribui ao Congresso o poder de financiar o governo federal. Se Trump contornar a decisão do Congresso sobre o financiamento do muro pode vir a enfrentar consequências legais. No entanto, o Presidente descartou essa possibilidade, defendendo que pode "declarar uma emergência nacional por causa da segurança do país, absolutamente". Questionado sobre o facto de esse passo poder ser considerado uma ameaça para os democratas, Trump disse que "nunca ameaçaria ninguém", mas que tem "permissão para fazer isso, sim".
O acordo entre os dois partidos e a Casa Branca deveria ter sido fechado na Câmara dos Representantes e no Senado no dia 21 de Dezembro, mas por trás das discussões sobre o orçamento está uma importante questão política, tanto para Trump como para o Partido Democrata. Trump garantiu que não assina nada que não contemple uma verba de quase 6 mil milhões de dólares para o muro; os democratas não assinam nada que preveja dinheiro para este muro.
Na quinta-feira, a nova maioria do Partido Democrata na Câmara dos Representantes aprovou uma proposta para pôr fim ao shutdown, mas os republicanos já disseram que vão travar essa proposta no Senado porque nunca seria promulgada pelo Presidente.
Enquanto o impasse não for resolvido, milhares de cidadãos norte-americanos são obrigados a ficar em casa ou a trabalhar sem salário garantido devido ao encerramento de vários departamentos públicos. Na última semana, o número de pedidos de subsídio de desemprego subiu em vários estados. O encerramento parcial dos serviços públicos norte-americanos afecta 25% das agências, num total de 800 mil funcionários.