Polémica com Mário Machado: TVI ataca ministro da Defesa, mas suspende rubrica
Director de Informação ataca sindicato e ministro da Defesa, acusando-os de falso moralismo.
Sérgio Figueiredo, director de informação da TVI, e Manuel Luís Goucha, apresentador do programa Você Na TV, estiveram no espaço de debate de José Eduardo Moniz, Deus e o Diabo, onde tentaram justificar a polémica gerada em torno da presença do neonazi Mário Machado, no programa da manhã da estação de Queluz. Goucha aproveitou para anunciar que a rubrica em que a entrevista se inseriu foi suspensa por "quebra de confiança".
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Sérgio Figueiredo, director de informação da TVI, e Manuel Luís Goucha, apresentador do programa Você Na TV, estiveram no espaço de debate de José Eduardo Moniz, Deus e o Diabo, onde tentaram justificar a polémica gerada em torno da presença do neonazi Mário Machado, no programa da manhã da estação de Queluz. Goucha aproveitou para anunciar que a rubrica em que a entrevista se inseriu foi suspensa por "quebra de confiança".
O director de informação afirmou que o ministro da Defesa, João Cravinho, “não tem moral para atirar a primeira pedra e para associar o convite a Mário Machado à guerra das audiências”.
Sobre a posição de João Cravinho, que criticou peremptoriamente o convite feito pelo programa Você Na TV da TVI, Sérgio Figueiredo disse que vinha a público esclarecer o facto de o ministro integrar o Governo que “recusou pedir à Web Summit que retirasse o convite a Marine Le Pen”, deixando no ar a questão sobre se a líder da extrema-direita francesa "não cabe também ela na categoria dos incendiários”.
Ainda no seguimento das declarações do ministro, o director de informação da TVI ripostou, indagando “com a mesma suspeição”, se “o dinheiro da Web Summit traz a Portugal o suficiente para apagar estas labaredas”.
Sobre a queixa apresentada pelo Sindicato dos Jornalistas à Entidade Reguladora da Comunicação, o responsável pela informação da TVI mostrou-se indignado, rotulando o sindicato de “falso moralista”. “Em vez de separar as águas, confunde as pessoas”, rematou. O sindicato foi ainda criticado por atacar o jornalismo da estação televisiva e por não o defender.
Sérgio Figueiredo voltou a sublinhar, à semelhança do que havia feito no comunicado emitido pela estação durante a tarde de sexta-feira, que “a TVI defende a democracia acima de tudo”, dando como exemplo as várias reportagens produzidas “que pretendem defender o cidadão comum e colocam o dedo na ferida”.
O responsável pela informação da TVI não deixou de expressar que a estação considera que a ideia de sociedade que Mário Machado defende “é repugnante e um perigo para a sociedade”.
Manuel Luís Goucha também tentou clarificar a polémica em torno da presença do líder do Nova Ordem Social no programa que co-apresenta com Maria Cerqueira Gomes. O apresentador justificou a presença de Mário Machado dizendo que o autor da rubrica Diga de Sua (In)Justiça foi o responsável pelo convite, Bruno Caetano, mas que não se recusaria a “uma conversa certamente difícil” e que procurou sempre assumi-la “em termos de contraditório”. Ainda assim, por "quebra de confiança" a rubrica foi suspensa, informou.
A cara da TVI mostrou-se de consciência tranquila, afirmando que, “perante informações perigosas” transmitidas por Mário Machado, fez o trabalho de “desmontar esses argumentos”. Terminou, deixando em cima da mesa, que não se inibirá de entrar num debate, mesmo que existam ideias perigosas veiculadas por alguém.
O apresentador do programa da manhã da TVI disse ainda que as “ideias perigosas têm de ser combatidas com valores justos” e que singram, sobretudo, através das redes sociais e não através do pequeno ecrã.
Sérgio Figueiredo disparou argumentos em todas as direcções, questionando por que não os poderes públicos não ilegalizam a associação a que Mário Machado pertence e por que permitem ao Partido Nacional Renovador, um dos partidos de extrema-direita, que concorra a eleições. “Nós aprendemos com as nossas experiências. Não venham bater no mensageiro”, concluiu.