Irão vai enviar navios para perto de águas dos EUA no Atlântico

A presença de porta-aviões americanos no Golfo Pérsico causa preocupações de segurança a Teerão e a sua Marinha está a procurar responder.

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Navios de guerra dos EUA com 17 mil militares a bordo junto às águas iranianas, em 2007 Reuters

A Marinha iraniana vai enviar navios de guerra para o Atlântico a partir de Março, anunciou esta sexta-feira um dos seus comandantes. A decisão visa aumentar o alcance das operações das forças navais da República Islâmica para as levar até à vizinhança dos Estados Unidos.

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A Marinha iraniana vai enviar navios de guerra para o Atlântico a partir de Março, anunciou esta sexta-feira um dos seus comandantes. A decisão visa aumentar o alcance das operações das forças navais da República Islâmica para as levar até à vizinhança dos Estados Unidos.

Para o Irão, a presença de porta-aviões americanos no Golfo Pérsico causa preocupações de segurança e a sua Marinha está a procurar responder mostrando a sua bandeira perto de águas americanas. Uma flotilha vai deixar o país a caminho do Atlântico no início do ano novo iraniano, que começa em Março, diz o comandante adjunto da Marinha de Teerão.

“O Oceano Atlântico fica longe e a operação da flotilha naval iraniana pode demorar cinco meses”, afirmou o contra-almirante Touraj Hassani, citado pela agência de notícias estatal IRNA.

Segundo Hassani, um contratorpedeiro acabado de construir, o Sahand, será um dos navios integrados na missão. Este navio tem uma pista para helicópteros e está equipado com armas antiaéreas, mísseis terra-terra e terra-ar e tem capacidades de guerra electrónica.

Já em Dezembro, Hassani tinha dito que o Irão enviaria em breve dois ou três navios em missão para a Venezuela.

Um alto responsável militar iraniano disse também que a sua Marinha podia navegar no Atlântico perto de águas americanas, já que os porta-aviões americanos são autorizados a deslocar-se em águas internacionais junto ao Irão.

A Marinha iraniana tem aumentado o seu alcance nos últimos anos, enviando embarcações para o Oceano Índico e o Golfo de Áden para proteger os seus navios dos piratas da Somália.

“Através da presença contínua em águas internacionais, as forças navais iranianas procuram concretizar as ordens do comandante-em-chefe [o Líder Supremo, ayatollah Ali Khamenei], agitar a bandeira da República Islâmica do Irão, frustrar as conspirações anti-Irão e garantir a segurança das rotas de navegação”, explica Hassani

A guerra de palavras entre o Irão e os Estados Unidos tem crescido desde Maio, quando o Presidente Donald Trump retirou Washington do histórico acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano e reimpôs as sanções aos seus bancos e empresas do sector energético.

Teerão avisou que se não puder vender o seu petróleo por causa das pressões americanas impedirá todos os países da região de o fazer, ameaçando bloquear o Estreito de Ormuz, no Golfo. Um terço do petróleo transportado por mar no mundo atravessa este estreito.

Nos últimos anos têm-se repetido com alguma regularidade as confrontações entre militares dos EUA e Guardas da Revolução no Golfo Pérsico, mas o número de incidentes diminuiu nos últimos meses.