Sindicato de Todos os Professores exige retirada de amianto das escolas

André Pestana diz que a "substância comprovadamente cancerígena" afecta alunos, professores e funcionários.

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O amianto é um material tóxico e cancerígeno, presente em telhados de fibrocimento evr enric vives-rubio

O dirigente do Sindicato de Todos os Professores (STOP), André Pestana, exigiu esta quarta-feira a retirada de amianto das escolas, "substância comprovadamente cancerígena", que afecta alunos, professores e funcionários de diversos estabelecimentos de ensino".

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O dirigente do Sindicato de Todos os Professores (STOP), André Pestana, exigiu esta quarta-feira a retirada de amianto das escolas, "substância comprovadamente cancerígena", que afecta alunos, professores e funcionários de diversos estabelecimentos de ensino".

De acordo com André Pestana, em pelo menos cerca de uma centena de escolas continuam a existir estruturas com amianto na sua composição, apesar de em Setembro de 2016 o primeiro-ministro, António Costa, se ter "comprometido" a "erradicar essa substância cancerígena nos espaços públicos" até finais de 2018.

O dirigente sindical falava à agência Lusa, hoje, em Coimbra, junto à Escola Básica 2,3 Eugénio de Castro, em cujo gradeamento o STOP afixou uma faixa afirmando 'Tirem-nos o amianto / Não o tempo de serviço'.

Um levantamento daquela estrutura sindical, que ainda não está concluído, indica que há pelo menos "cerca de uma centena de escolas no país com amianto", circunstância que "põe em causa a saúde pública" o que "é gravíssimo", sustentou o líder do STOP.

"A escola é para aprender, não é para adoecer", afirmou André Pestana, sublinhando que milhares de crianças e jovens, funcionários e professores de muitos estabelecimentos de ensino estão expostas àquela substância.

O director do Agrupamento de Escolas Eugénio de Castro, António Couceiro, disse à agência Lusa que o amianto existente nesta escola é em valores "muito inferiores" ao nível mínimo admissível estabelecido pela Organização Mundial de Saúde.

"Todos os estudos feitos" sobre a presença de amianto na Escola Eugénio de Castro concluíram que os níveis ali registados são "muito inferiores às taxas consideradas perigosas", designadamente durante a remoção, há cerca de quatro anos, das placas de fibrocimento que cobriam alguns passadiços do recinto da escola. A operação expôs mais o amianto existente e, de acordo com as medições então efectuadas, também nestas circunstâncias, os valores detectados foram igualmente reduzidos.

Os diversos estudos, os dois mais recentes encomendados pelo Ministério da Educação e pela Associação de Pais da escola (este há pouco mais de um ano), concluíram também que o amianto ali registado é em níveis "muito abaixo dos valores admissíveis", concluiu o responsável.