2019: bem-vindo a um estaleiro chamado Lisboa

A cidade vai ter um ano repleto de grandes obras públicas e privadas que lhe vão mudar a cara, sobretudo à beira-Tejo, e que vão significar transtornos no dia-a-dia.

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Nuno Ferreira Santos

Prepare-se. Em Lisboa, 2019 vai ser um ano recheado de inaugurações e novos estaleiros um pouco por toda a parte. Obras públicas e privadas, grandes e pequenas, polémicas e pacíficas – tudo isto promete o ano que arranca. Projectos há muito desenhados vão saltar do papel, outros mais recentes (e contestados) também avançam. Há ainda uma mão-cheia de incógnitas no horizonte. Uma certeza: a frente ribeirinha vai estar em ebulição.

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Prepare-se. Em Lisboa, 2019 vai ser um ano recheado de inaugurações e novos estaleiros um pouco por toda a parte. Obras públicas e privadas, grandes e pequenas, polémicas e pacíficas – tudo isto promete o ano que arranca. Projectos há muito desenhados vão saltar do papel, outros mais recentes (e contestados) também avançam. Há ainda uma mão-cheia de incógnitas no horizonte. Uma certeza: a frente ribeirinha vai estar em ebulição.

​1. ​Expansão do metro

O investimento mais avultado é aquele que mais dores de cabeça vai provocar às deslocações do dia-a-dia. O prolongamento do metro entre o Rato e o Cais do Sodré, orçado em mais de 200 milhões de euros, deve começar na segunda metade do ano. Quando isso acontecer, o trânsito automóvel e a circulação de eléctricos e comboios, junto à Av. 24 de Julho, ficarão fortemente condicionados.​ A criação da Linha Circular é vista pelo Governo e pela câmara municipal como uma peça fundamental na mobilidade metropolitana, ao permitir que os passageiros que chegam ao Cais do Sodré de comboio ou barco acedam rapidamente à zona empresarial da cidade (entre o Marquês de Pombal e o Campo Grande). Esta visão tem sido contrariada por quase todos os partidos do espectro parlamentar, pelos trabalhadores do Metro, pela comissão de utentes e por especialistas em mobilidade e transportes, mas parece altamente improvável que a obra não avance. 

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Enric Vives-Rubio

2. Hospital CUF Tejo

Em fase adiantada de construção, este hospital privado de Alcântara é uma das maiores construções que vão ficar prontas este ano em Lisboa. Com uma área de 75 mil metros quadrados, seis pisos acima do solo e três abaixo, o equipamento tem gerado controvérsia desde o primeiro dia. Muito recentemente, perante a constatação de que a altura do edifício tapa a vista do Tejo a partir das Necessidades, o vereador do Urbanismo reconheceu que “choca a imagem que lá está”, mas Manuel Salgado garantiu que, “quando a obra estiver concluída, mudará significativamente o seu impacto”. como? Não explicou. Certo é que a abertura do novo hospital vai levar a uma profunda alteração viária em toda a zona, abrangendo as avenidas da Índia, Brasília e 24 de Julho.

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Fotomontagem do projecto DR

3. Urbanização de Alcântara

Toda a frente ribeirinha está a mudar rapidamente e vários são os projectos que se avizinham. Em Alcântara, a poucos metros do futuro hospital, está a nascer um empreendimento de escritórios e habitação, pela mão do grupo SIL, que é o primeiro de um conjunto de “grandes operações urbanísticas” previstas para aquele local no Plano de Urbanização de Alcântara. Não muito longe, junto à Av. de Ceuta, deve arrancar em breve a última fase do condomínio Alcântara Rio.

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Miguel Manso

4. Parque Ribeirinho Oriente

No extremo oriental de Lisboa está a ganhar forma aquele que será um dos maiores parques verdes da cidade. A primeira fase, em frente ao grande empreendimento Prata, está em construção e prevê-se que fique pronta em 2019, mas o projecto das arquitectas paisagistas Filipa Cardoso de Menezes e Catarina Assis Pacheco abrange uma área muito maior, entre o Poço do Bispo e o Parque das Nações – para onde estão previstos vários investimentos imobiliários.

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Rui Gaudêncio

5. Hub Criativo do Beato

É um dos projectos mais acarinhados pela Câmara de Lisboa, tanto que o orçamento de 2019 lhe reserva uma verba (20,3 milhões) pouco menor do que a reservada, por exemplo, à Carris (29 milhões). A autarquia quer comprar o que resta da antiga Manutenção Militar e fazer ali um grande centro empresarial, tecnológico e cultural. Nascido a cavalo da Web Summit há mais de dois anos, o hub conhecerá em Outubro o seu primeiro projecto de grande fôlego: uma central de produção de cerveja, promovida pela Super Bock.

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Rui Gaudêncio

6. Torre de Picoas

Depois de quase seis anos a ouvir falar dela (quase sempre negativamente), a torre de 17 andares projectada por Patrícia Barbas e Diogo Seixas Lopes para a Av. Fontes Pereira de Melo está pronta por fora, faltando completar os interiores. 2019 deverá ser, assim, o ano de inauguração desta obra marcante na paisagem lisboeta, que parece gerar apenas dois tipos de reacção: ou se ama ou se odeia.

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Rita Rodrigues

7. Praça de Espanha

Neste momento já devíamos saber qual dos nove projectos de arquitectura paisagista que entraram num concurso público foi escolhido para a Praça de Espanha, pois as obras estavam originalmente prometidas para o início de 2019. Este espaço público vai sofrer uma grande mudança, com a supressão de vias de rodagem, a alteração do tráfego automóvel, a saída de um terminal de autocarros e a construção de um parque ou jardim de grandes dimensões. A par disso estão previstos pelo menos três grandes empreendimentos: a ampliação do Instituto Português de Oncologia, a construção da nova sede do Montepio (um negócio entre a associação mutualista e a câmara que ainda tem detalhes por esclarecer) e uma construção num terreno comprado pela Jerónimo Martins. A transformação arranca este ano, resta saber quando.

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Daniel Rocha

8. Miradouro de Santa Catarina

Foi um dos temas que marcaram a segunda metade do ano passado, pois a vedação anunciada pela autarquia gerou imediatamente reacções tão apaixonadas quanto opostas. Apoiada por moradores e criticada por outros moradores, frequentadores do espaço e partidos políticos, a vedação consta mesmo do projecto que a câmara encomendou ao atelier de arquitectura Proap – cuja execução está prevista para este ano, até ao princípio de 2020.

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Daniel Rocha

9. Martim Moniz

Já quase no fim de 2018 foi apresentado publicamente o futuro Mercado do Martim Moniz, um recinto comercial composto por contentores promovido pela Moonbrigade Lda., empresa que ficou com a concessão da placa central da praça. O projecto parece ter poucos defensores – até Medina disse há dias que ele “não é o ideal” –, mas os promotores querem começar as obras já em Janeiro, para abrir o mercado no Verão.

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Nuno Ferreira Santos

10. Bairros municipais

O Bairro da Cruz Vermelha está a mudar-se do Lumiar para Santa Clara (Ameixoeira) e a expectativa é que os moradores cheguem às novas casas no fim do ano. Já no Bairro Padre Cruz prosseguem as obras para a criação de 500 novos fogos, os primeiros dos quais devem estar prontos até Fevereiro.

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Andreia Patriarca

11. Operação Integrada de Entrecampos

No fim de 2018 a Fidelidade comprou os terrenos da antiga Feira Popular e ainda um lote na Av. Álvaro Pais, naquele que foi um dos maiores negócios imobiliários do ano (se não o maior). Fernando Medina prometeu ser “expedito” no licenciamento das futuras construções, mas não é provável que as obras avancem ainda em 2019. A câmara quer investir uma parte dos 274 milhões obtidos com a venda em habitação a custos controlados (estão previstos 500 fogos no âmbito desta operação urbanística), embora também seja improvável que este ano haja trabalhos no terreno.

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Daniel Rocha

12. Ampliação do Centro Cultural de Belém

O projecto é conhecido há 25 anos, o concurso para as obras e para a cedência dos terrenos abriu no fim de Novembro passado e decorre até meados de Fevereiro. A abertura está prevista para 2022. Os dois últimos módulos do Centro Cultural de Belém (CCB), com um hotel de quatro ou cinco estrelas e um centro comercial, vão mesmo ser uma realidade. Todavia, parece difícil que a obra arranque ainda este ano.

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Daniel Rocha
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