Nações Unidas pedem aos países mediterrâneos que recebam dois navios com imigrantes
A bordo dos navios seguem 49 pessoas. ACNUR pede decisão urgente, mas exige uma solução estrutural para estes navios de migrantes para 2019.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) pediu esta segunda-feira aos países europeus da bacia do Mediterrâneo que ofereçam os seus portos com urgência para receber duas embarcações que transportam imigrantes sem destino seguro.
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A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) pediu esta segunda-feira aos países europeus da bacia do Mediterrâneo que ofereçam os seus portos com urgência para receber duas embarcações que transportam imigrantes sem destino seguro.
Num comunicado, a agência pede uma acção "em linha com os valores fundamentais de humanidade e compaixão" para acolher os navios Sea Watch 3, com 32 migrantes a bordo desde 22 de Dezembro, e o Professor Albrecht Penck, com 17 pessoas, que navega desde há dois dias.
A ACNUR sublinha ainda a necessidade de uma decisão urgente, já que se espera que as condições do mar piorem em questão de horas, pelo que "as negociações com os Estados [que os acolham] devem realizar-se só após o desembarque", escreve o enviado especial da agência para o Mediterrâneo Central, Vincent Cochetel.
Mais de 2.240 pessoas morreram, este ano, nas águas do Mediterrâneo ao tentar chegar à Europa, apesar da redução do número de chegadas ao "velho continente".
A ACNUR reclama, para 2019, uma solução geral para estes navios de migrantes, geralmente fretados por diversas organizações não governamentais (ONG), em vez da actual situação, em que cada barco deve obter uma autorização pontual para cada viagem.
Os dois navios, actualmente em busca de um porto, são propriedade de duas ONG alemãs – a Sea Watch e a Sea Eye – que também reclamaram da Europa uma solução urgente para desembarcar todos os 49 migrantes.
Dada a sua posição no Mediterrâneo central, as duas ONG consideram que desembarcar os imigrantes na ilha de Malta seria a opção mais lógica, e que estas pessoas sejam depois repartidas por vários países europeus.