Palavras, expressões e algumas irritações: anestesia
Neste Natal, só um anestesista se dispôs a estar de serviço na Maternidade Alfredo da Costa. Deveriam ser dois. Esse facto motivou toda uma polémica sobre quanto vale uma hora de trabalho destes profissionais em tempo de Festas. O intervalo parece poder variar entre os 26 e os 500 euros. (A fazer lembrar os leilões: “Quem dá mais? Quem dá mais?”)
De origem grega, anaisthesía significa em sentido lato “insensibilidade”. Na medicina, “anestesia” corresponde a “supressão temporária da sensibilidade à dor, realizada com recurso a substâncias anestésicas, para permitir intervenções cirúrgicas ou outros actos médicos”. Pode ser “geral” ou “local”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
De origem grega, anaisthesía significa em sentido lato “insensibilidade”. Na medicina, “anestesia” corresponde a “supressão temporária da sensibilidade à dor, realizada com recurso a substâncias anestésicas, para permitir intervenções cirúrgicas ou outros actos médicos”. Pode ser “geral” ou “local”.
O dicionário descodifica ainda a “anestesia epidural”: “A que é aplicada em torno da dura-máter [a mais externa e espessa das três membranas que envolvem o cérebro e a medula espinal, paquimeninge], retirando a sensibilidade à região do tórax e da parte inferior do corpo.” Provavelmente, será esta a mais usada na Maternidade Alfredo da Costa, excepto no Natal.
Este ano, só um anestesista (“pessoa que exerce a medicina na especialidade de anestesias”) se dispôs a estar de serviço. Deveriam ser dois. Esse facto motivou toda uma polémica sobre quanto vale uma hora de trabalho destes profissionais em tempo de Festas. O intervalo parece poder variar entre os 26 e os 500 euros. (A fazer lembrar os leilões: “Quem dá mais? Quem dá mais?”)
A divergência entre o Ministério da Saúde e a Ordem dos Médicos serviu para que se olhasse com mais atenção para um problema que não é novo.
“Polémicas à parte, o que já sabe há anos é que faltam muitos anestesistas no quadro dos hospitais públicos. O último inquérito feito pelo colégio da especialidade da Ordem e divulgado em Junho passado identificou uma carência de 44 só no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central para um quadro de mais de nove dezenas de especialistas em anestesiologia. A nível nacional, a carência era então de 541 anestesistas, quase metade do total de 1158 profissionais que estas unidades tinham nos quadros”, noticiou-se.
O dicionário regista ainda “anestesia moral”, que significa “perda de sensibilidade afectiva”.
A rubrica Palavras, expressões e algumas irritações encontra-se publicada no P2, caderno de domingo do PÚBLICO