Palcos da semana
Música para festejar, dar graças e apostar. Um híbrido em díptico. E ecos de propaganda.
Arte
Rãs e memória por Nadj
A verdade faz-nos mais fortes
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Arte
Rãs e memória por Nadj
Depois de ter trazido a Portugal Les Corbeaux, ATEM le Souffle, Paisagem Desconhecida e, mais recentemente, Pour Dolorès, o coreógrafo e artista plástico Josef Nadj regressa com uma peça que não é (só) um espectáculo. Estreada em Setembro passado na Biennale de la Danse de Lyon, Mnémosyne é uma criação híbrida em dois planos: fotográfico e performativo. Manifesta-se, por um lado, numa exposição com uma centena de fotografias que pretendem contar uma história cada uma, partindo da imagem de uma rã esmagada para trabalhar a ideia de "memória de um mundo"; por outro, numa performance breve em que Nadj se posiciona num espaço escuro, exíguo e próximo do público para ensaiar outras narrativas. Aqui, "cada movimento, cada acção, cada segundo é um eco da sua jornada, pessoal e artística, transfigurada por um desenho cénico na veia de Beckett", explica o programa.
PORTO Mosteiro de São Bento da Vitória
De 5 a 25 de Janeiro (exposição). Segunda a sábado, das 15h às 18h. Grátis
De 17 a 20 de Janeiro (performance). Quinta, às 19h e 21h; sexta, às 19h, 21h e 23h; sábado, às 17h, 19h, 21h e 23h; domingo, às 16h e 18h. Bilhetes a 10€
Música
Dos setecentos a Pärt, louvar
Há oito anos que a Igreja de São Roque é cenário de um concerto que recupera a tradição setecentista de fechar o ano com um Te Deum, um hino sacro de acção de graças. Nas partituras deste não está uma, mas três obras: duas do século XVIII, de Mozart e Francisco António de Almeida, e uma do XXI, assinada por Arvo Pärt (Da pacem Domine). A interpretação está entregue à orquestra Divino Sospiro e ao Coro Gulbenkian, a que se juntam a soprano Bárbara Barradas, a meio-soprano Carolina Figueiredo, o tenor Marco Alves dos Santos e o baixo André Baleiro. Tal como no no ano passado, a direcção está entregue a Jorge Matta.
LISBOA Igreja de São Roque
Dia 31 de Dezembro, às 17h.
Bilhetes a 45€
Teatro
Passado sintonizado
Depois de Eu, Salazar, O Teatrão prossegue o ciclo Casa Portuguesa – uma incursão aos tempos do Estado Novo – a fazer-se ouvir com A Grande Emissão do Mundo Português. Se ali se focava na figura (a histórica e a mitificada) do ditador, aqui reflecte sobre o papel que a Emissora Nacional teve na disseminação e consolidação dos ideais do regime. Não é um mero ensaio sobre o passado. Muito menos uma romantização da rádio da época. "No confronto com o presente – explica a companhia –, permite-nos uma reflexão crítica sobre as novas vagas populistas, a influência dos meios de comunicação de massa na propagação de ideais que actualizam as ditaduras como soluções inevitáveis para os males sociais e conduzem a encenação das realidades".
COIMBRA O Teatrão
Até 20 de Janeiro. Quarta a sábado, às 21h30; domingo, às 18h.
Bilhetes de 4€ a 10€
Música
Maro, uma aposta
Aos 23 anos, lançou o primeiro álbum. Não tinha título, mas tinha três volumes. Online, tem uma sólida e crescente comunidade de seguidores. E vem recomendada por gente como Rui Veloso enquanto voz a escutar em 2019. Fez com ele, aliás, um dueto. E também com António Zambujo, Carolina Deslandes, Cuca Roseta, Luísa Sobral, Mafalda Veiga e Samuel Úria. Chama-se Mariana Secca, é uma cantora e multi-instrumentista portuguesa radicada nos EUA e responde artisticamente por Maro. Prepara-se para regressar a Lisboa, onde em Julho esgotou o Capitólio, para abrir The Jukebox Tour, que tem a particularidade de deixar o alinhamento ao critério dos fãs.
LISBOA Centro Cultural de Belém
Dia 5 de Janeiro, às 21h (Pequeno Auditório).
Bilhetes de 20€ a 30€
Festival
FAN de música
Vila Real entra em 2019 com mais um FAN - Festival de Ano Novo. A missão de dinamizar a região e celebrar a "música de tradição ou inspiração clássica" continua nos nove espectáculos desta 13.ª edição. Dá palco a formações como Hermes Ensemble, que se desdobra entre um concerto principal e um Concertinho para crianças e famílias (dia 12), Duo Invicta (13), Orquestra Filarmonia das Beiras (25) ou a dupla da pianista Habia Rani e da violoncelista Dobrawa Czocher (26). Ao mesmo tempo, aposta em músicos locais como o pianista e compositor João Balouta (27), a Banda Sinfónica Transmontana, que se estreia no festival (11), ou as filarmónicas que se juntam na Banda à Varanda, iniciativa que as põe a tocar peças compostas para elas, tendo em mente o local da interpretação – este ano, os claustros do antigo Governo Civil (5). O bailado também entra no festival: o Russian Classical Ballet participa com A Bela Adormecida de Tchaikovsky (6).
VILA REAL Teatro de Vila Real e outros locais
De 5 a 27 de Janeiro.
Bilhetes de 3,50€ a 15€ (excepto Banda à Varanda e Concertinho, grátis)