Marcelo lamenta "clima pré-eleitoral" que começou "muito cedo"
Presidente da República diz que, apesar de ultrapassada a pressão da crise, muitos portugueses continuam a viver na pobreza ou à mercê do seu risco.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje que no último trimestre, ultrapassada a pressão da crise, cresceu a sensação de "corrida contra o tempo", que antecipou o período pré-eleitoral.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje que no último trimestre, ultrapassada a pressão da crise, cresceu a sensação de "corrida contra o tempo", que antecipou o período pré-eleitoral.
"Entre nós, ultrapassada a pressão mais instante da crise e, como temor antecipado de ambientes externos mais complicados, com eventuais reflexos internos, o último trimestre de 2018 fez avultar a sensação de corrida contra o tempo, em busca de metas antes do período eleitoral que se prolongará praticamente por todo o ano de 2019", escreve Marcelo, numa mensagem de Natal publicada hoje no Jornal de Notícias.
Segundo o Presidente, os últimos meses foram de debate colectivo, envolvendo a elaboração do Orçamento para 2019 e "o próprio clima pré-eleitoral, muito cedo esboçado".
"No fundo, neste Natal, estamos apenas a cinco meses da primeira de várias eleições importantes para o nosso horizonte até 2023-2024", disse.
Marcelo Rebelo de Sousa diz que, ao mesmo tempo, há sectores sociais aliviados por reajustamentos pessoais e funcionais e outros que esperaram mais, ou esperam mais, para compensar adiamentos do passado.
E - continua Marcelo Rebelo de Sousa -, "melhorando embora a expressão dos que se encontram condenados à pobreza ou seu risco, continua a existir um quinto dos portugueses em tais situações, e desigualdades agravadas pela crise resistem em tantos casos".
É por isso, na opinião de Marcelo, um Natal "menos pesado", mas feito de "sentimentos mistos".
"Alívio para uns, luta por expectativas acalentadas para outros, preocupação para todos com o que vai chegando de fora de antevisões dos tempos que se avizinham", escreve o Chefe de Estado.
"Que esses sentimentos mistos não nos façam perder nem a coesão nacional nem a esperança, nem a proverbial sabedoria que nos leva a saber separar o essencial do que o não é -- é o meu voto de Natal", afirma.