Greve da CP pára mais de 80% dos comboios
Até às 18 horas desta terça-feira circularam 94 comboios, quando num dia normal seriam 517.
Os efeitos da greve dos trabalhadores da CP estão a fazer-se notar, com uma forte perturbação na circulação de comboios. De acordo com os dados mais actualizados da empresa pública de transportes, esta terça-feira (a partir da meia-noite) circularam apenas 94 comboios até às 18 horas. Destes, 84 dizem respeito aos serviços mínimos obrigatório estipulados pelo tribunal arbitral para as linhas urbanas de Lisboa e do Porto.
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Os efeitos da greve dos trabalhadores da CP estão a fazer-se notar, com uma forte perturbação na circulação de comboios. De acordo com os dados mais actualizados da empresa pública de transportes, esta terça-feira (a partir da meia-noite) circularam apenas 94 comboios até às 18 horas. Destes, 84 dizem respeito aos serviços mínimos obrigatório estipulados pelo tribunal arbitral para as linhas urbanas de Lisboa e do Porto.
O número de comboios programados até às 18 horas, diz a CP em comunicado, era de 517. Assim, apenas circularam, em média, 18% dos comboios previstos normalmente. Uma vez que há serviços mínimos nas áreas de Lisboa e do Porto, é possível ver a hora de partida e de chegada no site oficial da CP.
A paralisação termina esta terça-feira à quarta-noite, e começou ontem às 12 horas (embora os efeitos se façam sentir antecipadamente), com um número elevado de supressões na véspera de Natal. Os comboios de longo curso, onde não há serviços mínimos e as supressões podem causar mais impacto, estão a ser os mais atingidos pela greve. Ontem, pelas 18 horas, tinham-se realizado apenas 39% dos comboios programados para os serviços de longo curso.
A decisão do tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES), presidido por Jorge Bacelar Gouveia, de aplicar serviços mínimos, foi justificada com o facto de se tratar “de uma greve com uma duração de dia e meio, e considerando especialmente a época natalícia em que ocorrerá”.
Sindicatos falam em "incumprimento" de acordo
Esta greve foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão e Comercial Itinerante (SFRCI) e pela Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF). De acordo com a Lusa, os dois sindicatos contestam o "incumprimento do acordado com o Governo, em Setembro de 2017, referente ao recrutamento de 88 trabalhadores operacionais [...] da área comercial itinerante e para as bilheteiras da CP".
As duas estruturas sindicais afirmam, refere a Lusa, que o executivo e a CP estão em "incumprimento para com os trabalhadores" que representam na negociação da contratação colectiva desde 1 de Outubro deste ano, referindo que "têm realizado várias iniciativas e apelos junto da empresa e do Governo para que o processo negocial fosse concretizado, não tendo até ao momento obtido qualquer respostas às propostas do Acordo de Empresa e regulamento de carreiras apresentadas.
O sector ferroviário tem sido afectado por várias greves, a última das quais ocorreu no dia 7 deste mês (envolvendo vários sindicatos e trabalhadores da CP, da Infra-estruturas de Portugal (IP) e da EMEF).
Soflusa volta a parar na passagem do ano
Em Lisboa, a greve dos trabalhadores Soflusa, marcada pelo Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante (STFCMM) e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), também está a condicionar esta terça-feira a ligação entre o Barreiro e a capital. E está já agendada uma nova paralisação na Soflusa para os próximos dias 31 de Dezembro e 1 de Janeiro, tendo esta segunda-feira sido estipulado um serviço mínimo que consiste numa ligação Barreiro/Lisboa às 5h15 da manhã.