Foi o primeiro hotel a abrir em Aveiro e não pára de rejuvenescer

Requalificou-se, mudou de nome e subiu de categoria. Aos 81 anos, o Aveiro Palace exibe um vigor invejável, mantendo o trunfo de sempre: está virado para uma das principais praças da cidade e para o canal Central da ria.

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Romper com a tradição não tem de ser, necessariamente, uma coisa má. Muito pelo contrário. O corte com o passado pode até ser sinónimo de um salto em frente, de uma mudança para melhor. É este o rumo que o Aveiro Palace tem vindo a trilhar, depois de ter deixado de ser Hotel Arcada. Mais do que adoptar um novo nome, aquele que foi o primeiro hotel a abrir na cidade de Aveiro, em 1937, tem vindo a ser alvo de um profundo processo de rejuvenescimento. Mantendo aquilo que sempre teve de bom – a fachada do imóvel desenhado por Ernesto Korrodi e as vistas privilegiadas -, a histórica unidade hoteleira aveirense quer ser, cada vez mais, palace.  

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Romper com a tradição não tem de ser, necessariamente, uma coisa má. Muito pelo contrário. O corte com o passado pode até ser sinónimo de um salto em frente, de uma mudança para melhor. É este o rumo que o Aveiro Palace tem vindo a trilhar, depois de ter deixado de ser Hotel Arcada. Mais do que adoptar um novo nome, aquele que foi o primeiro hotel a abrir na cidade de Aveiro, em 1937, tem vindo a ser alvo de um profundo processo de rejuvenescimento. Mantendo aquilo que sempre teve de bom – a fachada do imóvel desenhado por Ernesto Korrodi e as vistas privilegiadas -, a histórica unidade hoteleira aveirense quer ser, cada vez mais, palace.  

A missão tem vindo a ser assumida pela terceira geração da família que ousou criar um hotel na cidade da ria – Aristides Tavares Ferreira, capitão do Exército, foi o seu fundador. E ainda que a unidade já tenha conseguido conquistar mais uma estrela (passou de três para quatro) e ver todo o seu interior e exterior requalificado, a aposta é para continuar, segundo assegura João Pedro Clemente, administrador do Aveiro Palace e um dos netos do fundador. A mais recente melhoria – e talvez uma das intervenções mais ousadas – incidiu na recepção do hotel, que ganhou muito mais espaço e luz.

No fundo, o hotel passou a contar com mais uma sala virada para o centro da cidade, complementando a proposta da sala de estar do primeiro piso. Uma área com dimensões generosas, de decoração moderna e com uma varanda que oferece uma vista única para o canal Central da ria. Nalgumas paredes, são apresentadas fotografias com imagens antigas da cidade e também do próprio hotel. Porque há uma história que nem todos conhecem e que merece ser contada. Exemplos? No local onde hoje está a chamada Ponte-Praça (para a qual o Aveiro Palace tem virada a sua entrada) existiam, anteriormente, duas pontes – é por isso que, ainda hoje, muitos locais falam na zona “das pontes”.

Outra fotografia histórica que prendeu o nosso olhar retrata a época em que o rés-do-chão do hotel era ocupado pelo Café Arcada, que chegou a ser “o centro de tertúlia da cidade”, recorda João Pedro Clemente. Há muito que ele fechou portas, mas a sua existência está perpetuada numa imagem de grandes dimensões onde é possível apreciar o toldo, às riscas, que protegia a esplanada e uma rua praticamente deserta de automóveis. Testemunho da longevidade do hotel é, também, o belo painel de azulejos pintados à mão que decora a sala de pequenos-almoços. É originário de 1937, ano de abertura do hotel, e foi produzido na Aleluia, histórica fábrica de cerâmicas da região. “Estava escondido debaixo de uns painéis de madeira. No âmbito desta requalificação, decidimos recuperá-los e fazer deles um elemento central desta sala”, conta Mário Albuquerque, arquitecto responsável pelo projecto de requalificação e decoração do Aveiro Palace.

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A aposta seguida no espaço reservado para os pequenos-almoços acaba por retratar aquela que foi a linha orientadora do projecto: “Fazer a conjugação entre o clássico e o moderno”, destaca Mário Albuquerque. A esta fórmula foi, depois, associada a variável do conforto. “Tivemos um grande cuidado na escolha dos colchões, roupa de cama e atoalhados”, evidencia o administrador do hotel que também quer ser, cada vez mais, um espaço onde reina o sossego. Razão pela qual não aceita crianças com idade inferior a quatro anos, nem reservas de grupos.

Quartos de diferentes tipologias e dimensões

O Aveiro Palace dispõe de um total de 48 quartos, entre os quais estão cinco suítes e dois singles. A Fugas ficou alojada numa confortável suíte, de áreas bastante generosas e com vistas para a Ponte-Praça, Canal Central e Praça Joaquim Melo Freitas. Um cenário que combina com um bom despertar e que até ficou mais bonito com aquele nevoeiro típico de algumas manhãs na cidade da ria. Para trás, tinha ficado uma noite de puro descanso e de tal forma sossegada que nem dava para acreditar que o hotel está situado junto à área mais concorrida da cidade – a zona da Praça do Peixe, com vários restaurantes e bares, está ali bem próxima.

Para além das suítes e dos singles, o hotel diferencia as suas habitações consoante a área do quarto e a dimensão da cama. Standard, superior e conforto são as opções disponíveis no Aveiro Palace, sempre com esses elementos em comum: o conforto e a decoração moderna.

Na sala de estar do primeiro piso funciona também um bar (com chás, cafés, refrigerantes e outras bebidas) em regime self-service, mas apenas entre as 14h e as 20h – já o dissemos: este hotel quer primar pelo sossego. No serviço de pequenos-almoços, a aposta passa uma grande variedade de produtos, atenta às novas exigências e preferências dos consumidores (nomeadamente no que concerne às intolerâncias à lactose e ao glúten). Sumos de fruta natural, pães e bolos variados, juntam-se às várias opções de iogurtes, fiambre, queijo e compotas, entre outros produtos disponíveis. A oferta é muita mas convém reservar algum espaço para o doce típico da cidade. Afinal, algumas das melhores casas de ovos moles de Aveiro estão a poucos passos do hotel, assim como algumas das principais atracções da cidade.

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A partir do Aveiro Palace – o hotel dispõe de lugares de estacionamento a 100 metros, no parque do centro comercial Forum - pode facilmente caminhar até ao Museu de Aveiro/Santa Joana Princesa ou à Sé. Os famosos passeios de moliceiro também têm o seu ponto de partida ali mesmo ao lado, e em cinco minutos (ou menos) consegue alcançar o Museu Arte Nova, sediado num dos mais bonitos edifícios da cidade e também ele resultante de um projecto assinado por Ernesto Korrodi – o arquitecto de origem suíça foi o responsável pelo desenho da Casa Major Pessoa juntamente com Francisco Augusto da Silva Rocha. Não muito longe do hotel, e igualmente alcançáveis a pé, estão as famosas salinas da cidade, algumas delas transformadas em espaços de lazer e de degustação de produtos típicos da ria. Haja tempo e vontade para calcorrear a envolvente, que propostas não faltam.

A Fugas esteve alojada a convite do Aveiro Palace