Parados após acidente fatal, carros sem condutor da Uber voltam às estradas
O projecto esteve suspenso durante nove meses, depois de um automóvel ter atropelado uma mulher nos EUA.
Depois de uma pausa de nove meses, os carros autónomos da Uber vão voltar às estradas norte-americanas. A empresa suspendeu todos os testes com estes carros, depois de um acidente em Março ter morto uma mulher que estava a atravessar uma estrada no estado do Arizona, nos EUA.
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Depois de uma pausa de nove meses, os carros autónomos da Uber vão voltar às estradas norte-americanas. A empresa suspendeu todos os testes com estes carros, depois de um acidente em Março ter morto uma mulher que estava a atravessar uma estrada no estado do Arizona, nos EUA.
Aquele não foi o primeiro acidente com veículos em que a inteligência artificial controla o volante, mas foi o primeiro caso de uma morte por atropelamento causada por um veículo sem condutor – o que levou a Uber a ser alvo do escrutínio da polícia, investidores e legisladores.
O programa vai agora recomeçar na cidade de Pittsburgh, depois de a empresa ter obtido autorização do estado da Pensilvânia. “Está na hora de seguir em frente”, lê-se num comunicado da Uber, publicado esta quinta-feira (não está acessível a partir de Portugal, porque o site foi bloqueado por decisão judicial em 2015). A mensagem da empresa é assinada por Eric Meyhofer, que gere o programa de veículos autónomos da Uber.
O projecto recomeça com apenas cinco carros na estrada, mas o objectivo é aumentar o número gradualmente. “Nos últimos nove meses, pusemos a segurança o centro de tudo aquilo que fazemos”, notou Meyhofer. Diz que o objectivo é trabalhar num “sistema que cumpra a promessa de transformar os transportes num sector mais seguro e acessível a todos.”
Os carros autónomos da Uber também vão voltar a circular nas estradas de São Francisco, nos EUA, e Toronto, no Canadá. Nestas cidades, porém, os carros não vão poder circular unicamente no modo autónomo. Em vez disso, cada veículo vai seguir com dois condutores humanos preparados para assumir o controlo a qualquer momento. Não vão existir passageiros.
Imagens divulgadas pela polícia de Tempe, no estado do Arizona, mostravam que o acidente fatal da Uber podia ter sido evitado pela “condutora de segurança”. Porém, na altura do impacto, esta não estava a prestar atenção à estrada.
Em 2016, uma colisão entre um Tesla Model S e um camião resultou na primeira morte que envolveu veículos sem condutor.
O aumento da segurança nas estradas é das maiores promessas dos carros autónomos, mas vários investigadores, engenheiros e profissionais de ética também têm alertado que é fundamental programar as máquinas para o inesperado, como um peão que corre para a frente de um carro.
Um estudo global recente, publicado em Outubro, revelou as preferências mais pronunciadas entre as pessoas em relação ao comportamento dos carros quando o acidente é inevitável: poupar vidas humanas face a animais, escolher salvar o maior número vidas possível, e dar a prioridade aos mais novos.