Sindicato dos Enfermeiros Portugueses ameaça voltar à greve em Janeiro
Greve poderá ser convocada para os dias 22 a 25 de Janeiro. Enfermeiros exigem ao Governo decisões sobre a progressão na carreira.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) prepara-se para convocar uma greve nos dias 22 a 25 de Janeiro para exigir ao Governo decisões sobre a progressão na carreira. Os moldes da paralisação estão ainda por definir, diz o presidente José Carlos Martins, mas a intenção é que seja faseada – um dia de greve por cada Administração Regional de Saúde (ARS). Admite também que haja um dia de paralisação nacional.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) prepara-se para convocar uma greve nos dias 22 a 25 de Janeiro para exigir ao Governo decisões sobre a progressão na carreira. Os moldes da paralisação estão ainda por definir, diz o presidente José Carlos Martins, mas a intenção é que seja faseada – um dia de greve por cada Administração Regional de Saúde (ARS). Admite também que haja um dia de paralisação nacional.
"Será uma greve de todos os enfermeiros, a realizar por ARS, e sempre com expressão de rua, manifestações ou vigílias", refere o presidente do SEP ao PÚBLICO. A decisão de voltar à greve foi tomada esta quarta-feira por dirigentes e delegados sindicais reunidos em Coimbra, um dia depois da Comissão Negociadora Sindical dos Enfermeiros (CNESE), de que faz parte o SEP e o Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), ter rompido negociações com o Governo.
Este anúncio serve para exigir ao Governo que "emita orientações para a justa contagem dos pontos para efeitos de progressão e pague o suplemento [remuneratório] a todos os enfermeiros especialistas", diz José Carlos Martins. Para o dirigente sindical "é determinante que estas questões estejam resolvidas" para que se possa avançar para "uma negociação séria das questões da carreira".
O presidente do SEP acredita que estas reivindicações são "razoáveis", pelo que "o Governo tem o dever de evitar o conflito".
Este sindicato não tem relação com a chamada "greve cirúrgica" que decorre desde 22 de Novembro e se prolonga até ao final do ano, afectando as cirurgias programadas nos blocos operatórios de cinco dos principais hospitais do país.
Na terça-feira, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (Fense) cancelou, por sua vez, uma greve marcada para os dias 26, 27 e 28 de Dezembro.
Sexta-feira há reunião com o ministério
A ministra da Saúde recebe os sindicatos de enfermeiros na sexta-feira. Esta não será uma reunião negocial, mas servirá para "desenvolver uma reflexão conjunta" sobre o sector, segundo a tutela. José Carlos Martins confirma que o SEP vai marcar presença, mas avisa que não basta ao Governo manifestar-se preocupado "com a situação e com a saúde dos portugueses".
"Aquilo que são as propostas [do Governo] para as justas reivindicações dos enfermeiros, estão abaixo daquilo que os sindicatos consideram suficiente", argumenta José Carlos Martins.
"Estaremos presente na reunião, mas não é suficiente que a senhora ministra da Saúde e quem estiver da parte do Governo que continue a manifestar preocupação. O que é exigível são as propostas concretas, as medidas para pagar o suplemento remuneratório a todos os enfermeiros especialistas e as concretas orientações sobre o descongelamento de escalões para que de facto se avance, depois, no processo negocial da carreira", reafirma o dirigente do SEP.