Ordem do Médicos contesta concurso extraordinário para internato médico
Ordem dos Médicos alertou o Governo para as "desigualdades graves" que um concurso extraordinário de acesso ao internato médico irá criar entre os candidatos.
A Ordem do Médicos manifestou nesta quarta-feira "total discordância" com a aprovação de um concurso extraordinário de acesso ao internato médico, tendo já enviado um ofício ao Governo a alertar para as "desigualdades graves" que vai criar entre os candidatos.
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A Ordem do Médicos manifestou nesta quarta-feira "total discordância" com a aprovação de um concurso extraordinário de acesso ao internato médico, tendo já enviado um ofício ao Governo a alertar para as "desigualdades graves" que vai criar entre os candidatos.
A aprovação do concurso extraordinário a abrir no próximo ano civil, sobre o qual ainda não foram definidos quaisquer detalhes no que diz respeito à elegibilidade dos candidatos ou ao número e tipo de vagas disponíveis, resultou da votação das propostas de alteração à Lei do Orçamento do Estado para 2019.
"Neste momento não sabemos exactamente quais são os detalhes relativamente a este procedimento concursal, mas a verdade é que não podemos estar de acordo com a existência de dois concursos", disse à agência Lusa o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães.
A OM defende que "no paradigma actual de excesso de candidatos" face ao número de vagas disponíveis, é ainda mais importante que se respeite a equidade no acesso ao Internato Médico.
O bastonário dos médicos adiantou que já enviou um ofício para a ministra da Saúde, Marta Temido, a alertar para esta situação e para as "graves desigualdades" que pode gerar entre candidatos à formação médica especializada do internato médico.
"Vamos acompanhar a evolução desta situação que é muito importante porque tem a ver com equidade e justiça no acesso ao internato médico", afirmou, defendendo que deve haver apenas um concurso com as vagas todas como tem acontecido todos os anos.
Para Miguel Guimarães, a aprovação deste concurso pelos deputados é "uma medida avulsa" que não foi muito pensada, tal como aconteceu com a questão da integração de três novas vacinas do Programa Nacional de Vacinação sem ouvir a Direcção-geral da Saúde e o Ministério da Saúde.
"Eu acho que os senhores deputados na ânsia de introduzir coisas novas no orçamento foram lançando várias questões e é tudo discutido muito rapidamente", lamentou.
Miguel Guimarães assegurou que a OM vai fazer tudo para que não se criem estas desigualdades graves entre candidatos à formação especializada.