Federação de Enfermeiros acredita que vai "encerrar negociações" com Governo em Janeiro
Federação que junta dois sindicatos de enfermeiros desmarcou greve marcada para dias 26, 27 e 28 deste mês. Este protesto não tinha nada a ver com a "greve cirúrgica" em curso.
A Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (Fense), que na terça-feira desmarcou a greve marcada para os dias 26, 27 e 28 deste mês, acredita que vai "encerrar" as negociações com o Governo em Janeiro.
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A Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (Fense), que na terça-feira desmarcou a greve marcada para os dias 26, 27 e 28 deste mês, acredita que vai "encerrar" as negociações com o Governo em Janeiro.
Em conferência de imprensa, no Porto, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros e porta-voz da Fense, José Azevedo, disse esta quarta-feira estarem "mais perto do que nunca" de chegarem a um entendimento com o Governo de António Costa.
Contudo, o sindicalista advertiu que a greve está "apenas suspensa e não anulada", podendo ser "reactivada" caso haja "recuos ou anulações" nas negociações em curso.
"Hoje, parece que finalmente o Ministério da Saúde aceita que a nossa proposta de acordo colectivo de trabalho resolve os problemas que os enfermeiros têm e com os quais se debatem", reforçou.
José Azevedo contou que na terça-feira, após uma reunião com a Comissão Negociadora do Ministério da Saúde e das Finanças, chegaram ao "capítulo décimo" do acordo, ficando a faltar apenas mais dois.
O sindicalista defendeu uma tabela salarial ajustável aos enfermeiros a começar nos 2020 euros, "menos 750 euros abaixo da tabela médica nas mesmas circunstâncias".
"Mas admitimos que o Governo atinja este valor em três prestações. No primeiro ano, em 2019, aceitamos que pague 50% deste valor e nos dois anos seguintes pague os restantes 25%", ressalvou.
A Fense está a negociar este acordo desde 16 de Agosto de 2017, tendo sido um processo com "avanços, recuos, propostas e contrapropostas", recordou.
O dirigente sindical considerou que é uma tendência "manter os enfermeiros mal pagos" para serem "mão-de-obra barata" para a hospitalização privada. "O Estado não tem o direito de estar a sacrificar os enfermeiros com salários baixos e categorias indefinidas", considerou.
Esta greve não tinha qualquer ligação com a "greve cirúrgica" dos enfermeiros que está a decorrer nos blocos operatórios de cinco hospitais do país e que se prevê termine a 31 de Dezembro.
Os enfermeiros representados pela Fense pretendem a negociação de um acordo colectivo de trabalho que contemple, entre outros aspectos, a uniformização de horários de trabalho para 35 horas semanais e a introdução da categoria de enfermeiros especialistas, nas especialidades criadas ou a criar.
A "definição da hierarquia da enfermagem, constituída pelo enfermeiro director de serviço, de departamento, de instituição ou região" e a "revisão das tabelas remuneratórias, com índice e escalões adequados, quer na promoção, quer na progressão periódica da respectiva categoria" são outras das reivindicações da Fense.