Não havia "probabilidade de sobrevivência" depois do impacto do helicóptero com o solo

Gabinete de investigação de acidentes com aeronaves confirma que o helicóptero do INEM embateu numa torre de comunicações.

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O aparelho caiu a 384 metros de distância do local onde embateu LUSA/OTAVIO PASSOS

A violência do impacto foi tal que, associada ao facto de o helicóptero ter caído com a cabine para baixo, retirou qualquer probabilidade de sobrevivência dos quatro ocupantes da aeronave do INEM. Esta é a principal conclusão do relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAAF) divulgado esta quarta-feira à tarde.

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A violência do impacto foi tal que, associada ao facto de o helicóptero ter caído com a cabine para baixo, retirou qualquer probabilidade de sobrevivência dos quatro ocupantes da aeronave do INEM. Esta é a principal conclusão do relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAAF) divulgado esta quarta-feira à tarde.

Na nota informativa disponibilizada pelo GPIAAF, pode ler-se que "a violência do impacto associada à posição invertida da aeronave no momento do choque com o solo, não deixaram espaço útil de sobrevivência para os ocupantes". Mas os peritos na investigação deste tipo de acidente acrescentam ainda que "as forças de desaceleração excederam largamente as tolerâncias humanas, sendo o acidente classificado como de impacto sem probabilidade de sobrevivência".

Com esta informação do GPIAAF é retirada alguma pressão à actuação das forças de resgate, uma vez que do seu trabalho mais célere não seria retirada qualquer consequência positiva para a sobrevivência dos quatro tripulantes do helicóptero de emergência médica que no sábado à tarde se despenhou no concelho de Valongo.

Os peritos do GPIAAF contam que o piloto informou que descolaria assim que as condições meteorológicas melhorassem e que o seu plano B, caso não conseguisse aterrar em Baltar, onde ia abastecer, seria o de regressar ao Porto e aterrar no aeroporto. Contudo, tal plano não chegou a ser seguido porque o helicóptero colidiu às 18h40 numa "torre de transmissão rádio".

O porquê de o embate ter ocorrido ainda não é possível de aferir. Os peritos dizem que a torre estava licenciada e que tinha uma "balizagem luminosa no seu topo", mas que nesta fase não é possível perceber se as luzes estavam em funcionamento. "Não é claro se esta balizagem estava operacional no momento do acidente", lê-se.

Quando se dá o embate, diz o relatório, acontece uma "desintegração continuada" do aparelho que viria a cair 384 metros de distância do sítio do embate.