Pela primeira vez, um bebé recebeu uma vacina entregue por drone
Espera-se que no futuro este método chegue a outras áreas remotas. Por agora, irão ser feitos mais testes noutras localidades de Vanuatu.
Em Vanuatu, um bebé com um mês tornou-se a primeira pessoa do mundo receber uma vacina distribuída por um drone, anunciaram as Nações Unidas. Aumenta assim a esperança de que este método possa salvar vidas noutras áreas remotas.
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Em Vanuatu, um bebé com um mês tornou-se a primeira pessoa do mundo receber uma vacina distribuída por um drone, anunciaram as Nações Unidas. Aumenta assim a esperança de que este método possa salvar vidas noutras áreas remotas.
O drone voou 25 minutos ao longo de 40 quilómetros de terrenos montanhosos para chegar até à baia de Cook, uma área da ilha de Erromango. Chegar até lá pode levar várias horas a pé ou de barco.
O Governo de Vanuatu tornou-se agora o primeiro do mundo a contratar uma empresa de drones comerciais para distribuir vacinas, de acordo com a Unicef, que na terça-feira designou o sucesso deste teste como “um grande salto para a saúde mundial”. Além do bebé, o primeiro a ser vacinado, ao todo uma enfermeira vacinou 12 crianças e cinco mulheres grávidas contra a poliomielite e a tuberculose.
“É algo muito inovador. Espero que se estenda a uma região ainda maior”, afirmou na quarta-feira Gina Dehinavanua, da agência humanitária Care International. “Irá ajudar as nossas crianças e garantirá que todas aquelas que tenham entre os zero e os cinco anos tenham todas as vacinas necessárias em dia”, disse por telefone à agência Reuters a partir de Port Vila, a capital de Vanuatu.
Esta nação do Pacífico, com cerca de 280 mil pessoas espalhadas por aproximadamente 80 ilhas, é um dos países mais pobres do mundo. Apenas cerca de um terço dos habitantes destas ilhas tem a aeródromos e a estradas acessíveis. Em cada mil bebés que nascem em Vanuatu, 28 morrem antes de completar os cinco anos, de acordo com os dados da Unicef de 2016, enquanto apenas um em cada cinco crianças é vacinada.
As vacinas são difíceis de transportar porque precisam de se manter conservadas em temperaturas específicas. Durante o voo do drone, as vacinas foram mantidas em caixas de esferovite (para isolamento térmico) com sacos de gelo e um sensor de temperatura.
“O mundo ainda continua a lutar para imunizar as crianças nos locais mais remotos e os drones podem mudar as regras do jogo e fazer com que se alcancem todas as crianças”, disse Henrietta Fore, directora-executiva da Unicef, em comunicado.
As entregas usando drones irão ser testadas em mais localidades ao longo do arquipélago, antes de o Governo de Vanuatu decidir se o método será aplicado de forma mais abrangente. Embora os drones já tenham sido usados antes em entregas de medicina, nunca foram utilizados para fins humanitários em larga escala.