Combates prosseguem no Iémen apesar do cessar-fogo
Trégua na cidade de Hudheida, alcançada na semana passada, devia entrar em vigor às 0h00 desta terça-feira.
Um cessar-fogo na guerra no Iémen acordado na semana passada não durou mais do que alguns minutos, avança a agência AFP.
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Um cessar-fogo na guerra no Iémen acordado na semana passada não durou mais do que alguns minutos, avança a agência AFP.
A trégua nos combates na cidade portuária de Hudheida terá sido violada pelos rebeldes huthis (apoiados pelo Irão), segundo disseram à agência de notícias responsáveis do governo reconhecido internacionalmente (apoiado pela Arábia Saudita). Habitantes da cidade confirmaram à AFP que os combates não foram interrompidos.
O cessar-fogo diz respeito aos combates à volta de Hudheida, uma importante cidade portuária no Mar Vermelho. O seu objectivo é evitar uma outra catástrofe humanitária numa guerra que já fez entre 60 mil e 80 mil mortos desde Março de 2015.
As tropas leais ao governo, apoiadas pela coligação liderada pela Arábia Saudita, preparavam-se para lançar um ataque em larga escala contra a cidade, que actualmente é controlada pelos huthis. As Nações Unidas calculam que essa ofensiva poria em perigo a vida de 300 mil crianças e afectaria ainda mais a chegada de alimentos a mais de dois milhões de pessoas.
O acordo foi alcançado na quinta-feira da semana passada, no âmbito de um novo esforço de paz que está a decorrer na Suécia, e o cessar-fogo deveria entrar em vigor às 0h00 desta terça-feira (hora local, 21h de segunda-feira em Portugal continental).
Hudheidafica a 140 kma Oeste da capital do Iémen, Sanaa, e era o ponto forte da economia iemenita em 2014, quando foi tomada pelos rebeldes huthis.
Como cidade portuária, é essencial para fazer chegar alimentos, combustíveis e medicamentos a quase dois terços da população do país. É por isso que a coligação liderada pela Arábia Saudita lançou uma operação para reconquistar a cidade, em Junho passado.
Segundo as Nações Unidas, mais de 22 milhões de iemenitas precisam de algum tipo de ajuda e oito milhões não sabem se vão tomar a próxima refeição.