Ainda é difícil aos pais falar com os rapazes sobre preservativos
Os adolescentes que não conseguem falar com os pais podem falar com os médicos sobre sexo seguro.
Muitos rapazes querem que os seus pais falem com eles sobre preservativos. Mas um estudo feito nos EUA revela que estas conversas são complicadas e deixam os jovens com ideias confusas sobre o que é praticar sexo seguro.
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Muitos rapazes querem que os seus pais falem com eles sobre preservativos. Mas um estudo feito nos EUA revela que estas conversas são complicadas e deixam os jovens com ideias confusas sobre o que é praticar sexo seguro.
O estudo foi feito pelo Centro de Saúde para Adolescentes e Famílias Latinas da cidade de Nova Iorque, a partir de entrevistas feitas a 25 pares constituídos por pai e filho de origem afro-americana ou latina, que vivem em bairros onde a taxa de gravidez na adolescência e os casos de infecções sexualmente transmissíveis são muito superiores à média nacional.
A pesquisa revela que a maioria dos pais e filhos falaram sobre sexo, mas muitos dos pais sentiram-se mal preparados para explicar as complexidades do uso do preservativo. Muitos dos adolescentes tinham apenas uma ideia vaga da importância de usar preservativo e não tinha um claro entendimento de como ter sexo seguro.
"Descobrimos que os pais muitas vezes referem o uso de preservativo, mas em termos gerais", afirma o principal autor Vincent Guilamo-Ramos, director do Centro de Saúde para Adolescentes e Famílias Latinas.
No entanto, os pais raramente se sentem à vontade para dar orientações específicas sobre o uso correcto e consistente ou sobre os erros e problemas comuns com preservativos, como aplicá-lo tarde demais ou o que fazer quando se rompe, explica Guilamo-Ramos por e-mail.
As idades médias eram 17 para os filhos e 44 para os pais – o que significa que muitos dos pais atingiram a maioridade nos anos 1980, quando a educação sexual muitas vezes se concentrava na abstinência, em vez de tomar decisões informadas sobre o controlo da natalidade.
Os jovens do estudo declararam que queriam ouvir os seus pais sobre esse tema e esperavam que fossem eles a iniciar uma conversa sobre o mesmo. Como disse um adolescente: “Eu quero que ele diga que quer falar sobre algo importante e que isso beneficiará meu futuro.”
Outro adolescente ressaltou a importância de ter os factos para evitar erros: “A coisa mais importante é usar o preservativo, como colocá-lo no caminho e estar ciente do que estamos a fazer quando o usamos.”
Por seu lado, os pais revelaram a necessidade de eles próprios aprenderem algo sobre o tema e expressaram interesse em ter recursos educacionais para ajudá-los a prepararem-se para conversar com os filhos. “Estou disposto a ensiná-lo o máximo possível, tudo o que ele precisa saber, mas se estou ensiná-lo, na verdade também estou a aprender”, disse um dos progenitores entrevistados.
De salientar que o estudo não prova que conversas entre pais e filhos sobre preservativos teriam impacto na saúde sexual ou nas opções contraceptivas dos adolescentes. Ainda assim, os resultados sublinham a importância de os pais terem uma comunicação frequente, contínua e aberta com adolescentes sobre sexo, defende Kate Lucey, da Universidade Northwestern, e do Hospital Infantil de Chicago Ann & Robert H. Lurie.
“Doenças sexualmente transmissíveis como gonorréia, clamídia e sífilis, estão em alta entre os adolescentes, e o uso de preservativos é uma das melhores maneiras de preveni-las”, acrescenta Lucey. Os adolescentes que não conseguem falar com os pais podem falar com os médicos sobre sexo seguro, conclui.