“Acredito na Maria”, disse Pedro Nuno Santos no congresso da JS
O antigo secretário-geral da Juventude Socialista defendeu Maria Begonha, candidata a líder da estrutura e protagonista de polémicas em torno do seu currículo.
Num discurso ao XXI Congresso Nacional da Juventude Socialista, o secretário de Estado e antigo líder da "jota" Pedro Nuno Santos não quis ignorar aquilo a que chamou de “elefante na sala”: as polémicas que envolvem a candidata única à liderança da JS. “Acredito na Maria”, disse ao congresso, numa intervenção em que a classificou como uma “mulher corajosa, combativa e séria”.
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Num discurso ao XXI Congresso Nacional da Juventude Socialista, o secretário de Estado e antigo líder da "jota" Pedro Nuno Santos não quis ignorar aquilo a que chamou de “elefante na sala”: as polémicas que envolvem a candidata única à liderança da JS. “Acredito na Maria”, disse ao congresso, numa intervenção em que a classificou como uma “mulher corajosa, combativa e séria”.
O governante defendeu que “mentir no currículo é grave”, mas não hesitou ao defender que Maria Begonha “não mentiu no currículo que apresentou na Câmara Municipal de Lisboa”. Para o ex-líder da JS, Begonha “disse, sim, o que tinha feito” na Junta de Freguesia de Benfica (no currículo que entregou à câmara, Maria Begonha incluiu um cargo que a própria junta diz que esta não exerceu).
Em relação às avenças na autarquia lisboeta, Pedro Nuno Santos disse que “nada distinguia” os contratos que Maria tinha assinado das “dezenas de avenças dos assessores da câmara de Lisboa”. E garantiu que Begonha “não tem padrinhos”, mas sim “pessoas que gostam dela”.
O Congresso Nacional da Juventude Socialista decorre neste fim de semana, em Almada. Na reunião magna dos jovens socialistas vai ser escolhido o sucessor de Ivan Gonçalves à frente da estrutura.
Na sua intervenção, Pedro Nuno Santos mostrou-se também “surpreendido” por estar a ser uma reunião magna “tão calma”. À memória foi buscar os tempos em que, aquando da sua liderança da JS (2004-2008), “o combate era feito olhos nos olhos”, apontando o dedo a quem falava nas redes sociais, mas que ainda não tinha dado a cara no congresso.
O ex-líder dos jovens socialistas foi aplaudido quando defendeu que se “devia desprezar aqueles que se escondem atrás de casos para derrotar quem não conseguiram derrotar politicamente” e que “não é assim que se deve fazer política”.
O secretário de Estado tinha chegado ao congresso ao lado de Maria Begonha. Na sala, entre aplausos dos militantes, viu-se um abraço ao ainda secretário-geral da JS, Ivan Gonçalves. A ouvir o discurso esteve também Duarte Cordeiro, antigo secretário-geral da "jota", próximo de Maria Begonha.
Congresso chumbou pedido de interrupção
Por entre discursos que pouco entusiasmaram os militantes – que aproveitavam para meter a conversa em dia e encher as stories do Instagram com imagens da sala –, houve, a meio da tarde, um momento que causou alguma apreensão.
O relógio marcava as 17h27, mas o congresso ainda estava no programa da manhã. A essa hora, Felipe Damasceno dirigiu-se à mesa do congresso de papel na mão: um requerimento que pretendia suspender os trabalhos. “É uma vergonha”, gritou um militante. A origem deste documento está numa providência cautelar que tinha dado entrada num tribunal de Lisboa nesta sexta-feira, assinada pelo militante João Tiago Pinto.
A providência pede “a suspensão de deliberações sociais da Comissão Nacional e da Comissão Nacional de Jurisdição” e deverá ser analisada no tribunal nesta segunda-feira.
O requerimento entregue no congresso vinha pedir que os trabalhos parassem por ali. Os membros da mesa leram o documento e pediram para reunir. Silêncio no palco e burburinho entre os delegados. Quanto tempo demoraria a ser tomada uma decisão? Não foi muito - suspirava-se de alívio até porque o atraso do programa já era muito.
A mesa começou por apontar falhas no requerimento entregue: “Não era subscrito por pelo menos dez delegados”.
Ainda assim o presidente da mesa, Tiago Preguiça, que acusou o documento de ter “vários vícios de forma”, levou o requerimento a votação, defendendo essa postura “pelo actual momento político”. Resultado: três votos a favor da suspensão, dez abstenções e uma larga maioria a defender a continuidade dos trabalhos. Seguiram-se aplausos de pé e gritos continuados: “JS, JS”.