Bruce Springsteen despede-se da Broadway e estreia-se no Netflix

Este sábado Bruce Springsteen subirá ao palco do teatro Walter Kerr, em Nova Iorque, pela 236.ª e última vez, num espectáculo que poderá ser visto já a partir deste domingo no Netflix.

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Kevin Mazur

Este sábado Bruce Springsteen sobe ao palco do pequeno teatro Walter Kerr, em Nova Iorque, pela 236.ª e última vez, dando por encerrada a série de espectáculos Springsteen on Broadway, que ali desenvolveu desde Outubro de 2017.

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Este sábado Bruce Springsteen sobe ao palco do pequeno teatro Walter Kerr, em Nova Iorque, pela 236.ª e última vez, dando por encerrada a série de espectáculos Springsteen on Broadway, que ali desenvolveu desde Outubro de 2017.

Mas nem tudo são más notícias. Esta sexta-feira foi lançado em todo o mundo um disco que capta o ambiente desse espectáculo acústico. E já a partir deste domingo o mesmo acontecimento poderá ser visionado na plataforma Netflix.

O teatro na Broadway onde decorreram as apresentações, uma sala de 960 lugares, é célebre pelo seu décor rosa e dourado. Aliás quando lançou a iniciativa, o músico disse ter escolhido a Broadway “por causa desses velhos teatros lindíssimos, que me pareceram ideais para o que eu tinha na cabeça”, observando que o teatro era “provavelmente a sala mais pequena” em que actuou “nos últimos 40 anos”. O espectáculo teve cinco apresentações por semana, de terça-feira a sábado.

Habituado aos estádios lotados, quando percorre o mundo com a sua E Street Band, desta vez o músico subiu sozinho ao palco, apenas com uma guitarra, um piano e, como sempre, uma entrega enorme. Durante cerca de duas horas e meia percorreu a sua vida, entre alegrias, tristezas e dúvidas, sempre com uma simplicidade e vulnerabilidade que conquistaram as plateias que esgotaram todas as noites.

O programa a ser visto agora no Netflix inclui 15 clássicos do seu repertório, com ele a contar a origem de cada canção, mencionando o pai – simultaneamente o seu "herói e pior inimigo", como refere ao interpretar My Father's House – e recordando a mãe, elogiando "a sua bondade, optimismo, educação e paixão por dançar (The wish), ou ainda a mulher, Patti Scialfa, com quem canta Tougher than the rest ou Brilliant disguise. Pelo meio reflecte sobre a sua cidade Nova Jérsia (My hometown) e revela sonhos e aspirações ao tocar e cantar temas como Thunder road ou Born to run.

O que também não falta são referências aos Estados Unidos, seja para enaltecer possibilidades em aberto, como em Land of hope and dreams, ou cicatrizes, como as marcas do 11 de Setembro presentes em The rising, ou o país dividido em torno da figura de Trump, em The Ghost of Tom Joad.  Ou, claro, nesse hino transgeracional que é Born in the USA.

Algumas das histórias que vai desfiando já eram conhecidas da autobiografia Born To Run, que foi publicada há dois anos, mas muitas outras foram agora reveladas pela primeira vez. Apesar de o livro servir de inspiração ao espectáculo, o conceito para o mesmo nasceu na mente do músico depois de ter tocado para Barack Obama e alguns membros do seu governo em Janeiro de 2017.

Agora, quase dois anos depois, prepara-se para, segundo ele, retomar o seu emprego de sempre, e em 2019, à beira de completar 70 anos, vai dedicar-se à gravação de novas canções. Ao que tudo indica virá aí novo álbum, o primeiro desde High Hopes de 2014, e possivelmente também uma digressão europeia – recorde-se que a última vez que o fez tocou em Portugal, mais exactamente no festival Rock In Rio de 2016.

Recentemente, em entrevista ao jornal The Times, afirmou que esse álbum será "uma espécie de projecto a solo", embora durante o Verão passado, alguns membros da E Street Band tenham sido vistos a entrar no seu estúdio particular em Nova Jérsia. Tudo em aberto, portanto.