Hospital da Cruz Vermelha considera "inviável" aumento pedido pelos trabalhadores

Trabalhadores estão esta quinta-feira em greve para exigir aumentos salariais e a assinatura de um Acordo de Empresa sem perda de direitos.

Foto
Paulo Pimenta

O Hospital da Cruz Vermelha reconheceu esta quinta-feira que o recurso à greve é um direito legítimo dos trabalhadores, mas salientou que o aumento salarial de 9% pedido pelos funcionários é inviável para uma instituição em processo de reestruturação.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Hospital da Cruz Vermelha reconheceu esta quinta-feira que o recurso à greve é um direito legítimo dos trabalhadores, mas salientou que o aumento salarial de 9% pedido pelos funcionários é inviável para uma instituição em processo de reestruturação.

Os trabalhadores do Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, estão esta quinta-feira em greve para exigir aumentos salariais e a assinatura de um Acordo de Empresa sem perda de direitos.

Em comunicado, o conselho de administração do Hospital da Cruz Vermelha (HCV) reconheceu "o recurso à greve como um direito legítimo dos trabalhadores", mas sublinhou que neste momento a preocupação "vai para a segurança dos doentes".

Neste contexto, o conselho de administração do HCV reprogramou toda a sua actividade normal.

"O foco do HCV é manter, com planeamento, a sua actividade clínica para que doentes e familiares possam continuar a ter os melhores cuidados médicos", é indicado no comunicado.

Na nota, o hospital destacou que um aumento de 9% é inviável para a "sustentabilidade do HCV, que se encontra num processo de reestruturação", e para garantir a manutenção da actividade e as centenas de postos de trabalho.

O conselho de administração sublinhou também a importância das condições de trabalho dos funcionários, médicos, enfermeiros, auxiliares de acção médica, técnicos de saúde e da manutenção e administrativos.

"O HCV tem um Acordo de Empresa que atribui aos funcionários melhores condições do que aquelas que são oferecidas pelos outros hospitais do sector privado", é referido na nota.

O conselho de administração do HCV salientou que "sempre honrou este Acordo de Empresa e que os funcionários sempre beneficiarão dos seus direitos até ao final das suas carreiras", garantindo que o hospital "decidiu reajustar situações de funcionários que estavam em desvantagens face ao mercado e de uma forma gradual".

O HCV garantiu ainda que os doentes são a prioridade e que o hospital "irá manter a sua actividade clínica sem alterações para que doentes e familiares possam continuar a ter os melhores cuidados médicos, com zelo e dedicação, baseados no rigor e na humanização".

Os trabalhadores do Hospital da Cruz Vermelha realizam também hoje uma concentração à porta da instituição, em que é esperada a presença do secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.

As reivindicações passam também pelas 35 horas de trabalho semanal para todos os trabalhadores, sem discriminação, e pela integração no Acordo de Empresa de todos os que prestam serviço no hospital, independentemente do vínculo contratual, de acordo com a informação divulgada pela central sindical.

Os sindicatos afirmam que a administração do hospital denunciou em 2016 o Acordo de Empresa, assumindo desta forma uma ruptura com a convenção assinada entre as partes.

Os trabalhadores pretendem agora prosseguir e finalizar negociações sobre a matéria em causa, depois de um período de impasse.

A greve foi convocada pelo Sindicato dos Profissionais de Farmácia e Paramédicos, pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e pelo Sindicato da Hotelaria do Sul.