Cabine de Leitura da Praça de Londres foi assaltada
Não é a primeira vez que a Cabine de Leitura é vandalizada. Foram roubados cerca de 30 livros.
A Cabine de Leitura na Praça de Londres, em Lisboa, foi assaltada na noite de quarta para quinta-feira. Partiram um vidro e roubaram cerca de 30 livros, informou Carlos Moura-Carvalho, presidente da associação de comerciantes da zona.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Cabine de Leitura na Praça de Londres, em Lisboa, foi assaltada na noite de quarta para quinta-feira. Partiram um vidro e roubaram cerca de 30 livros, informou Carlos Moura-Carvalho, presidente da associação de comerciantes da zona.
Já durante o Verão a Cabine de Leitura da Praça de Londres tinha sido vandalizada, mas não tinha sido roubado nenhum livro.
A Cabine de Leitura é uma iniciativa do Movimento Comerciantes Avenida Guerra Junqueiro, Praça de Londres e Avenida de Roma para “promover a leitura e os laços comunitários” através do reaproveitamento de uma velha cabine telefónica como minibiblioteca self-service. Surgiu em 2014, tendo como madrinhas as escritoras Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães, numa parceria com a Fundação Portugal Telecom, que já tinha um projecto semelhante em Barcelinhos.
“É uma coisa mesmo depravada, inqualificável”, diz ao PÚBLICO Carlos Moura-Carvalho, que vai agora tentar falar com a Altice para que reparem o vidro que foi danificado.
O projecto cresceu e hoje existem mais de vinte Cabines de Leitura pelo país. Os voluntários que sustentam o projecto tentam estar pelo menos uma hora por dia com a cabine aberta para quem lá quiser ir buscar livros.
A lógica é simples: levar, ler e devolver. Bastar ir, tirar um livro, escrever o nome num papel e deixar lá outro em substituição. É um sistema informal que não se baseia em prazos ou multas e que assenta na confiança.
Ainda assim, os 11 voluntários da Cabine vão lançar uma campanha de crowdfuding no Natal para angariação de livros. Nas últimas horas, Carlos Moura-Carvalho tem recebido várias mensagens de pessoas que querem doar livros. “Transmitimos que precisamos sobretudo de romances, poesia e ficção e que nos próximos dias podem deixar esses livros na Mercearia Criativa, na Avenida Guerra Junqueiro, 4”, lê-se na página de Facebook da Cabine.
Carlos Moura-Carvalho adianta ainda que em Março do próximo ano a associação vai realizar um Festival da Palavra, em conjunto com as pequenas livrarias de rua da zona: a Barata, Tigre de Papel e Leituria. Terá encontros com escritores e ainda cafés-concertos no Café Império, no Vá-Vá e na Pastelaria Mexicana.
A primeira edição do “Abecedário” — assim se chamará o festival — vai decorrer de 7 a 9 de Março e terá como mote a palavra “fronteira”.