Natal mais sustentável de A a Z: B de brinquedo

Um abecedário de sugestões a pensar num Natal solidário e de consumos regrados. Os textos são da responsabilidade da DECO, nesta parceria com o PÚBLICO.

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Filipe Ribeiro

Há 24 anos que a DECO avalia brinquedos, tão desejados pelas crianças no seu "sapatinho". Peças pequenas que se soltam com facilidade, pilhas acessíveis e fraca resistência ao impacto são as falhas mais graves que detectámos ao longo do tempo.

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Há 24 anos que a DECO avalia brinquedos, tão desejados pelas crianças no seu "sapatinho". Peças pequenas que se soltam com facilidade, pilhas acessíveis e fraca resistência ao impacto são as falhas mais graves que detectámos ao longo do tempo.

Embora a legislação seja actualmente mais abrangente (o DL n.º 43/2011 transpôs a directiva comunitária 2009/48/CE), em alguns aspectos há retrocessos graves: a indicação de idade recomendada passou a ser facultativa; produtos como jóias de fantasia, fisgas e jogos de dardos com pontas metálicas, apenas para referir três exemplos, não constam da lista da directiva comunitária, o que coloca em risco a segurança das crianças.

A marcação CE, considerada uma garantia de segurança, é um símbolo colocado nos brinquedos pelos fabricantes. Daí exigirmos que sejam criados mecanismos que permitam uma avaliação dos brinquedos por parte de entidades independentes.

Brinquedos e robôs ligados à Internet, novidade neste mercado, foram analisados pelo Organização Europeia de Consumidores (BEUC). Os resultados provam infracções graves:

  • falta de segurança (brinquedos que funcionam através de uma app que pode ser usada por qualquer pessoa)
  • os termos e condições para utilização são ilegais (para usar o brinquedo, os consumidores têm de aceitar que os termos e condições possam ser alterados sem aviso prévio, que os dados pessoais possam ser usados para publicidade e que essas informações sejam partilhadas com terceiros não identificados)
  • no caso dos robôs Cayla e i-Que, a gravação das conversas entre a criança e o brinquedo é transferida para a empresa norte-americana Nuance Communications, que se reserva o direito de partilhar essa informação com terceiros e de usar os dados para diversos fins. Ainda no caso da boneca Cayla, foi também identificada publicidade encapotada e até sugestão de uma alimentação pouco saudável por mencionar marcas de batatas fritas e guloseimas.

Como escolher o brinquedo — Opte por produtos adequados à idade e ao desenvolvimento da criança. Antes de comprar, leia os avisos e as instruções. Se estes não existirem ou não estiverem em português, procure outro brinquedo. Na loja, peça para ver o brinquedo. Só assim poderá passar a mão pelas arestas, pontas e bordos. Se o brinquedo se destinar a um menor de três anos, verifique se existem peças pequenas que saiam com facilidade (rodas, olhos, botões). Nos bonecos com costuras, veja se estão bem cosidas e se não há acesso ao enchimento.