Personalidade do ano para a Time: Khashoggi e outros jornalistas, “guardiões da verdade”
A publicação norte-americana distinguiu o jornalista saudita e outros profissionais da comunicação social que se colocaram em risco para garantir que a verdade seria publicada.
Ele “ousou discordar do governo do seu país”. “Denunciou ao mundo a brutalidade contra todos aqueles que falassem. E foi assassinado por isso.” É assim que a revista norte-americana Time apresenta o jornalista Jamal Khashoggi como escolha para a Personalidade do Ano de 2018. Khashoggi, um crítico do Governo saudita e colunista do Washington Post, foi morto no consulado saudita em Istambul no passado dia 2 de Outubro. É, juntamente com outros jornalistas apresentados como os “guardiões da verdade”, um dos destacados pela Time.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Ele “ousou discordar do governo do seu país”. “Denunciou ao mundo a brutalidade contra todos aqueles que falassem. E foi assassinado por isso.” É assim que a revista norte-americana Time apresenta o jornalista Jamal Khashoggi como escolha para a Personalidade do Ano de 2018. Khashoggi, um crítico do Governo saudita e colunista do Washington Post, foi morto no consulado saudita em Istambul no passado dia 2 de Outubro. É, juntamente com outros jornalistas apresentados como os “guardiões da verdade”, um dos destacados pela Time.
“Os Guardiões e a Guerra à Verdade” são também representados pelos jornalistas do Capital Gazzete, cuja redacção foi atacada em Junho deste ano, pela fundadora do site Rappler, Maria Ressa, e pelos dois jornalistas da Reuters condenados a sete anos de prisão, por terem noticiado a morte das minorias rohingya, Kyaw Soe Oo e Wa Lone, de 28 anos e 32 anos, respectivamente. A revista lançou quatro versões de capa: todas elas a preto e branco.
“A actualidade está a chamar-nos a atenção para muitos jornalistas que têm uma coisa em comum: foram alvos pelo seu trabalho. Para eles, perseguir a verdade significa prisão e assédio. Em alguns casos, significou a morte”, lê-se na revista.
“Por terem enfrentado grandes riscos na busca pela verdade, pela imperfeita mas essencial procura de factos que são centrais para o discurso civil, por falarem e por divulgarem”, escreve o editor da revista, Ed Felsenthal.
“Este é o mundo dos líderes fortes que odeiam a liberdade de imprensa e a verdade. Quando começas a defender a verdade, tornas-te a história”, explica à revista Can Dundar, antigo editor do jornal turco Cumhuriyet, um dos jornalistas ouvidos pelos editores da revista norte-americana. Dundar foi acusado de ter revelado segredos de Estado e esteve preso durante meses antes de se mudar para a Alemanha, onde criou um novo jornal online.
A lista de finalistas anunciada na segunda-feira incluía o vencedor do título de Personalidade do Ano de 2016, o Presidente norte-americano, Donald Trump, as famílias separadas na fronteira dos EUA, o Presidente russo, Vladimir Putin, o procurador especial dos Estados Unidos, Robert Mueller, os activistas do movimento March For Our Lives (Marcha pelas Nossas Vidas), a duquesa de Sussex Meghan Markle, o líder da Coreia do Sul, Moon Jae-in, o realizador do filme da Marvel Black Panther Ryan Coogler e Christine Blasey Ford, uma das mulheres que testemunharam contra o juiz Brett Kavanaugh por tentativa de violação, que à data do testemunho era o juiz nomeado para o Supremo Tribunal dos EUA.