CP alerta para supressões e atrasos na circulação de comboios por causa da greve

Paralisação dos trabalhadores ferroviários não tem serviços mínimos nem transportes alternativos garantidos. Sindicatos antecipam também "forte perturbação".

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A greve deverá levar à supressão de comboios em todo o país André Rodrigues

Sem serviços mínimos nem transportes alternativos assegurados, a greve conjunta dos trabalhadores ferroviários ameaça provocar "fortes perturbações" na circulação de comboios esta sexta-feira, antecipam os sindicatos que representam os trabalhadores da CP, da Infraestruturas de Portugal (IP) e da EMEF. 

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Sem serviços mínimos nem transportes alternativos assegurados, a greve conjunta dos trabalhadores ferroviários ameaça provocar "fortes perturbações" na circulação de comboios esta sexta-feira, antecipam os sindicatos que representam os trabalhadores da CP, da Infraestruturas de Portugal (IP) e da EMEF. 

Numa nota enviada há dias aos passageiros, a CP avisava também para os previsíveis atrasos e supressão de comboios “a nível nacional em todos os serviços no dia 7 de Dezembro”. A transportadora avisou também que não serão disponibilizados transportes alternativos, e, por decisão do Tribunal Arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social, não serão assegurados serviços mínimos.

Numa decisão unânime, os três membros daquele tribunal decidiram definir apenas “serviços mínimos residuais” que não incluem a circulação de passageiros, a não ser para garantir que estes serão levados aos destinos quando viajem em comboios que que encontrem em marcha à hora do início da greve que se prolonga por 24 horas. Na prática, será assegurada apenas a movimentação do chamado “comboio socorro” e o transporte de mercadorias perigosas.

A CP afiança, no entanto, que assegurará o reembolso total dos bilhetes adquiridos ou a sua revalidação, sem custos, para os passageiros que já tenham adquirido os bilhetes para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Inter-Regional, Regional e Celta. Tais pedidos devem ser apresentados nas bilheteiras ou no formulário de contactos do site até 10 dias após a greve.

Os trabalhadores das três empresas lutam pelo cumprimento dos acordos que previam, além das actualizações remuneratórias para 2018, o prosseguimento das negociações com vista à revisão das convenções colectivas existentes.

O resultado de tais negociações, conforme lembrou ao PÚBLICO José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), tem efeitos a partir de 1 de Outubro passado. Porém, até hoje, e no caso da CP, “não houve nenhuma reunião para discussão de qualquer matéria”, o que leva os sindicatos a concluir que a administração das empresas e o Governo terão que "aplicar retroactivos a algo que ainda não negociaram".

“Estamos a falar de actualizações salariais e das carreiras profissionais mas também de questões relacionadas com a organização do trabalho, ou seja, escalas e entradas e saídas de serviço que podem ser complexas num sector de laboração contínua como é o nosso”, especificou o coordenador sindical.

Na CP, exceptuada “uma pequena actualização em Fevereiro deste ano”, os salários mantêm-se congelados desde 2009, ainda segundo José Manuel Oliveira.