CP alerta para supressões e atrasos na circulação de comboios por causa da greve
Paralisação dos trabalhadores ferroviários não tem serviços mínimos nem transportes alternativos garantidos. Sindicatos antecipam também "forte perturbação".
Sem serviços mínimos nem transportes alternativos assegurados, a greve conjunta dos trabalhadores ferroviários ameaça provocar "fortes perturbações" na circulação de comboios esta sexta-feira, antecipam os sindicatos que representam os trabalhadores da CP, da Infraestruturas de Portugal (IP) e da EMEF.
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Sem serviços mínimos nem transportes alternativos assegurados, a greve conjunta dos trabalhadores ferroviários ameaça provocar "fortes perturbações" na circulação de comboios esta sexta-feira, antecipam os sindicatos que representam os trabalhadores da CP, da Infraestruturas de Portugal (IP) e da EMEF.
Numa nota enviada há dias aos passageiros, a CP avisava também para os previsíveis atrasos e supressão de comboios “a nível nacional em todos os serviços no dia 7 de Dezembro”. A transportadora avisou também que não serão disponibilizados transportes alternativos, e, por decisão do Tribunal Arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social, não serão assegurados serviços mínimos.
Numa decisão unânime, os três membros daquele tribunal decidiram definir apenas “serviços mínimos residuais” que não incluem a circulação de passageiros, a não ser para garantir que estes serão levados aos destinos quando viajem em comboios que que encontrem em marcha à hora do início da greve que se prolonga por 24 horas. Na prática, será assegurada apenas a movimentação do chamado “comboio socorro” e o transporte de mercadorias perigosas.
A CP afiança, no entanto, que assegurará o reembolso total dos bilhetes adquiridos ou a sua revalidação, sem custos, para os passageiros que já tenham adquirido os bilhetes para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Inter-Regional, Regional e Celta. Tais pedidos devem ser apresentados nas bilheteiras ou no formulário de contactos do site até 10 dias após a greve.
Os trabalhadores das três empresas lutam pelo cumprimento dos acordos que previam, além das actualizações remuneratórias para 2018, o prosseguimento das negociações com vista à revisão das convenções colectivas existentes.
O resultado de tais negociações, conforme lembrou ao PÚBLICO José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), tem efeitos a partir de 1 de Outubro passado. Porém, até hoje, e no caso da CP, “não houve nenhuma reunião para discussão de qualquer matéria”, o que leva os sindicatos a concluir que a administração das empresas e o Governo terão que "aplicar retroactivos a algo que ainda não negociaram".
“Estamos a falar de actualizações salariais e das carreiras profissionais mas também de questões relacionadas com a organização do trabalho, ou seja, escalas e entradas e saídas de serviço que podem ser complexas num sector de laboração contínua como é o nosso”, especificou o coordenador sindical.
Na CP, exceptuada “uma pequena actualização em Fevereiro deste ano”, os salários mantêm-se congelados desde 2009, ainda segundo José Manuel Oliveira.