Técnicos de diagnóstico exigem conclusão do processo da revisão da carreira
Técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica juntaram-se, esta quinta-feira, em frente ao Hospital de Santo António, no Porto, para exigir a conclusão do processo da revisão da carreira
Cerca de uma centena de técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica concentraram-se esta quinta-feira frente ao Hospital de Santo António, no Porto, para exigir a conclusão do processo da revisão da carreira.
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Cerca de uma centena de técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica concentraram-se esta quinta-feira frente ao Hospital de Santo António, no Porto, para exigir a conclusão do processo da revisão da carreira.
Empunhando cartazes com mensagens de protesto, os profissionais de saúde gritaram palavras de ordem como "Marta Temido, queremos o prometido", "Nem menos, nem mais, direitos iguais" ou "Basta".
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas do Diagnóstico e Terapêutica, Luís Dupont, falou numa adesão "idêntica" à de quarta-feira, primeiro dia de greve, a rondar os 85% a 90%.
"Já é reconhecido pelo próprio Ministério da Saúde a forte adesão e o impacto que a greve está a ter nos serviços de rotina", disse.
Segundo dados avançados pelo sindicato, a adesão no Centro de Genética Médica do Porto é de 85%, na Unidade Local de Saúde de Matosinhos (Porto) e no Hospital de Santarém de 83%, no Hospital de Guimarães (Braga) e no IPO de Coimbra de 80%, no Hospital Garcia de Orta de 87% e no Hospital de Macedo de Cavaleiros de 95%.
Apesar destes números, Luís Dupont garantiu que os técnicos estão a assegurar os serviços mínimos, respondendo a "necessidades urgentes".
O sindicalista recordou que exames de radiologia, análises clínicas, electrocardiograma, provas de esforço ou tratamentos de fisioterapia estão a "sofrer" com a greve.
"Não nos calaremos e iremos reivindicar a regulamentação das carreiras e igualdade para com outras carreiras da administração pública", reforçou.
Vestida com uma t-shirt branca onde se lia "técnica de diagnóstico", Cátia Canastro, que trabalha há 12 anos no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho, considerou que o Governo deve valorizá-los e reconhecer a sua importância no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A profissional de saúde contou ter desenvolvido cancro da mama, tendo sido obrigada a mudar de funções, contudo, esta não foi considerada como uma doença profissional.
A greve dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, a quinta este ano, arrancou às 0h de quarta-feira com uma "paralisação total do trabalho" até às 24h de quinta-feira, sendo assegurados "apenas os serviços mínimos previstos na lei".
A paralisação irá decorrer durante todo o mês de Dezembro, em dias intercalados, em defesa da conclusão do processo negocial de revisão e regulamentação das carreiras dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT).
Os profissionais exigem que o Governo aceite as propostas dos sindicatos de tabela salarial, que concorde com as regras de transição propostas pelos sindicatos, que incluam a colocação dos trabalhadores nas três novas categorias da carreira revista e o "correcto descongelamento das progressões" dos profissionais, independentemente do vínculo laboral.
Os TSDT são constituídos por 19 profissões e abrangem áreas como as análises clínicas, a radiologia, a fisioterapia, a farmácia, a cardiopneumologia, entre outras, num total de cerca de 10 mil profissionais em exercício nos serviços públicos de saúde.