Ex-ministro diz em depoimento que filho de Lula recebeu subornos de fabricantes de automóveis
Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda, foi ovido pela polícia no âmbito do processo Zelotes, que investiga a compra de medidas provisórias do antigo Presidente.
Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda de Lula da Silva, disse à polícia que o ex-Presidente acertou o pagamento de subornos a um dos seus filhos em troca de benefícios para fabricantes de automóveis.
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Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda de Lula da Silva, disse à polícia que o ex-Presidente acertou o pagamento de subornos a um dos seus filhos em troca de benefícios para fabricantes de automóveis.
A declaração consta de um depoimento feito à justiça federal em Brasília, no âmbito do processo Zelotes, que investiga a compra de medidas provisórias com força de lei adoptadas por Lula da Silva quando era Presidente.
Palocci afirmou que Luís Cláudio Lula Silva, um dos filhos do ex-Presidente, o procurou para captar recursos para projectos desportivos entre 2013 e 2014 e que depois levou o assunto directamente ao Presidente. Segundo o ex-ministro da Fazenda, num encontro no Instituto Lula o antigo chefe de Estado disse-lhe para não se preocupar porque já tinha conseguido o dinheiro a partir de medidas provisórias às empresas Caoa e Mitsubishi.
Segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo, uma das empresas do filho de Lula da Silva recebeu 2,5 milhões de reais (560 mil euros) do lobista Mauro Marcondes Machado, que representava as duas empresas junto do Governo e do Congresso brasileiro.
O processo Zelotes levou o Ministério Público brasileiro a denunciar Lula da Silva e outras seis pessoas no ano passado por suspeita de venda de uma medida provisória que beneficiou fabricantes de veículos com fábricas nas regiões norte, nordeste e centro-oeste do Brasil.
O ex-Presidente brasileiro, preso desde Abril depois de ter sido condenado em duas instâncias num processo da Operação Lava Jato relativo à posse um apartamento de luxo em Guarujá (São Paulo), e os outros envolvidos no processo Zelotes são acusados da prática de corrupção passiva.