Luaty Beirão recebido pelo Presidente de Angola. Rafael Marques impedido de entrar
O rapper Luaty Beirão foi um dos 17 activistas que foi condenado a prisão pela sua oposição ao regime angolano. "Eu estive lá, mas não me deixaram entrar", refere Rafael Marques, explicando que o seu nome não constava da lista de convidados.
Os activistas Rafael Marques e Luaty Beirão eram alguns dos líderes de organizações da sociedade civil e não-governamentais esperados nesta terça-feira para serem recebidos pelo Presidente de Angola, João Lourenço, para analisarem "questões da actualidade". Só que o jornalista Rafael Marques acabaria por dizer que foi impedido de entrar no palácio presidencial “por não constar da lista de convidados”, ainda que o seu nome constasse no comunicado de imprensa da Presidência. Os dois activistas políticos ganharam destaque pela sua luta a favor da liberdade de expressão e contra a corrupção em Angola.
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Os activistas Rafael Marques e Luaty Beirão eram alguns dos líderes de organizações da sociedade civil e não-governamentais esperados nesta terça-feira para serem recebidos pelo Presidente de Angola, João Lourenço, para analisarem "questões da actualidade". Só que o jornalista Rafael Marques acabaria por dizer que foi impedido de entrar no palácio presidencial “por não constar da lista de convidados”, ainda que o seu nome constasse no comunicado de imprensa da Presidência. Os dois activistas políticos ganharam destaque pela sua luta a favor da liberdade de expressão e contra a corrupção em Angola.
“Infelizmente, não participo do encontro que o ministro da comunicação social, João Melo, sempre fascista de espírito, qualifica como incluindo alguns “activistas antigovernamentais”, refere o próprio Rafael Marques na missiva que foi publicada no portal de investigação angolana Maka Angola, que lhe pertence.
Rafael Marques diz que chegou a estar à conversa com Luaty Beirão numa das salas de espera, mas quando fizeram a chamada dos convidados e reparou que o seu nome “não constava da lista” e que não podia entrar.
“Serve a presente nota para esclarecer a verdadeira razão da minha ausência no encontro do Presidente João Lourenço com a sociedade civil. A segurança não permitiu a minha entrada, por eu não constar da lista final de convidados”, explica, dizendo que inicialmente acedeu ao convite por acreditar “na boa vontade do Presidente João Lourenço”. “Eu estive lá, mas não me deixaram entrar”, conclui.
Numa nota de imprensa, a Casa Civil do Presidente da República angolana adiantava ainda na segunda-feira que, além de Rafael Marques, pela Fundação Open Society Angola, e de Luaty Beirão e Alexandra Simeão, ambos pela associação Handeca, estarão igualmente presentes representantes de cerca de uma dezena de instituições ligados à defesa dos direitos humanos, desenvolvimento rural, direito e promoção da juventude.
O rapper Luaty Beirão foi um dos 17 activistas que em Março de 2016 foram condenados a penas de prisão efectivas pelo tribunal de Luanda por contestarem o regime angolano.
Na segunda-feira, Luaty Beirão recordou que na altura em que foi acusado de tentativa de rebelião em Angola afirmou que só entraria no Palácio presidencial de Angola como “ilustre convidado”.
"Disseram que queria dar o golpe de Estado, retirar o Zé [José Eduardo dos Santos, Presidente da República até Setembro de 2017], instalar-me no Palácio. Respondi: a única forma de algum dia entrar nesse mambo [no Palácio Presidencial] será pelo portão da frente como ilustre convidado", escreveu Luaty Beirão no Twitter.
Entre outros, a nota referia que, no encontro, deverão também participar Salvador Freire, pela Associação Mãos Livres, e José Patrocínio, pela OMUNGA.
Outras associações com participação confirmada na audiência colectiva são também o Centro Cultural Mosaico, a Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), a AMANGOLA e os Conselhos Nacional e Provincial da Juventude. com Lusa