Homem no centro do escândalo sexual do Nobel condenado por segunda violação
O fotógrafo Jean-Claude Arnault, casado com um membro da Academia Sueca que deixou mesmo de atribuir o Nobel da Literatura na sequência do escândalo, verá a sua pena de prisão aumentar.
Um tribunal sueco considerou que Jean-Claude Arnault, o homem no centro do escândalo sexual que obrigou ao adiamento do Prémio Nobel da Literatura deste ano, é culpado de mais um caso de violação e aumentou a sua pena de prisão.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Um tribunal sueco considerou que Jean-Claude Arnault, o homem no centro do escândalo sexual que obrigou ao adiamento do Prémio Nobel da Literatura deste ano, é culpado de mais um caso de violação e aumentou a sua pena de prisão.
Em Outubro, um tribunal de uma outra instância tinha condenado Arnault, que é casado com Katarina Frostenson, membro da Academia Sueca, de um caso de violação mas tinha-o absolvido num outro caso. O veredicto foi alvo de recurso tanto por parte da defesa quanto da acusação.
Foi o Tribunal de Recurso que, na segunda-feira, deliberou por unanimidade que o segundo caso é válido e condenou Arnault pela segunda violação. A sua pena de prisão foi aumentada para um período que pode ter entre seis meses e dois anos e meio de duração. Arnault nega todas as acusações.
“A minha cliente está muito grata e muito aliviada com o veredicto do Tribunal de Recurso. Isto também significa que a minha cliente pode finalmente continuar com a sua vida”, disse Elisabeth Massi Fritz, a advogada da queixosa, à agência de notícias sueca TT. O advogado de Arnault disse que vai recorrer da decisão no Supremo Tribunal.
Arnault é fotógrafo e uma figura reconhecida do meio cultural sueco e foi acusado no ano passado de má-conduta por 18 mulheres numa investigação de um jornal sueco. Só uma das acusações das mulheres não foi deixada cair por falta de provas ou porque os alegados crimes já tinham prescrito. Uma investigação interna da Academia Sueca também concluiu que Arnault teria sido o autor da fuga de informação sobre os nomes dos vencedores do Nobel em sete ocasiões distintas.
Arnault negou todas as acusações, incluindo ser o autor dessas fugas de informação. As acusações causaram um diferendo entre os membros da Academia que escolhe os vencedores do Nobel da Literatura e tornou-se na sua maior crise de sempre.
A Fundação Nobel, que controla o prémio pecuniário doado por Alfred Nobel, o inventor da dinamite, alerto já que pode deixar de ter a Academia Sueca como responsável pela atribuição do importante prémio se não fizer alterações em resposta às revelações saídas do escândalo.