Portugal é o país europeu com menos tempo útil de jogo
Dados do Observatório de Futebol revelam que, na I Liga, apenas 50,9% do tempo é efectivamente aproveitado. Campeonato sueco é o que mais "rende", com 60,4%.
Em Portugal, dos 90 minutos regulamentares de um jogo de futebol, apenas 46 são verdadeiramente disputados. Foi essa a conclusão a que chegou o CIES — observatório de futebol ligado à FIFA —, através da análise de dados que revelam o tempo útil de jogo por partida nas Ligas europeias. Portugal é o último classificado do ranking, com apenas 50,9% de tempo efectivo. Os restantes 49,1% dizem respeito a quebras de jogo, que podem derivar de assistência médica a jogadores lesionados ou de atrasos na reposição de bola em jogo, por exemplo.
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Em Portugal, dos 90 minutos regulamentares de um jogo de futebol, apenas 46 são verdadeiramente disputados. Foi essa a conclusão a que chegou o CIES — observatório de futebol ligado à FIFA —, através da análise de dados que revelam o tempo útil de jogo por partida nas Ligas europeias. Portugal é o último classificado do ranking, com apenas 50,9% de tempo efectivo. Os restantes 49,1% dizem respeito a quebras de jogo, que podem derivar de assistência médica a jogadores lesionados ou de atrasos na reposição de bola em jogo, por exemplo.
O campeonato sueco é o grande vencedor, registando 60,4% de tempo efectivo. A Liga holandesa é a segunda competição na classificação, com 58,6%. Na Liga dos Campeões, a estatística fixa-se nos 60,2%, em média, mas, curiosamente, o FC Porto é a equipa que tem menos tempo útil de jogo na competição, com 52,6%. Em Portugal, a equipa com mais minutos de jogo útil é o Belenenses (55,2%), enquanto, no polo oposto, está o Feirense, cujas partidas somam apenas 45,7% de tempo útil.
Em declarações ao PÚBLICO, Duarte Gomes, ex-árbitro internacional, assume que as perdas de tempo propositadas são muito difíceis de combater: “É uma estatística que me entristece. A própria arbitragem tem de estudar de que forma se pode acrescentar tempo útil às partidas. Porém, se um jogador estiver caído no chão e pede assistência médica, nenhum árbitro pode recusar. O árbitro tem apenas a faculdade de, numa primeira fase, não interromper o jogo”.
O antigo árbitro internacional critica o anti-jogo de muitas equipas, que acaba por retirar fluidez e emoção aos encontros: “Muitas formações, em determinados momentos do encontro, adoptam uma estratégia de anti-jogo que visa não apenas defender um resultado positivo mas, também, enervar o adversário”.
De acordo com Duarte Gomes, esses gestos têm um impacto que acaba por transcender as quatro linhas e dificultar o trabalho dos juízes: “Influenciam-se as emoções do adversário, dos bancos, do público e cria-se um ambiente de contágio negativo. Muito mais que a perda de tempo, que o árbitro consegue corrigir no tempo de compensação, é esse ambiente feio para o futebol. Quem é desportista a sério não deveria gostar de festejar depois de um jogo assim”.
Nas cinco principais Ligas, o grande vencedor vem da Alemanha: o Borussia Mönchengladbach, com 62,5%. O Liverpool segue a formação germânica, com 62,2% de tempo útil de jogo, ao passo que o AC Milan (61,2%), o Barcelona (60,3%) e a formação francesa do Paris Saint Germain (60,1%) completam o top 5 dos principais campeonatos europeus.