O que querem os "coletes amarelos"?
Baixa de impostos, acolhimento de imigrantes, acabar com os sem-abrigo, apoiar o pequeno comércio e a indústria francesa, impedindo as deslocalizações. As reivindicações do movimento de protesto são um espelho dos problemas franceses.
O movimento de protesto que começou nas redes sociais contra o aumento do imposto sobre os combustíveis mas se tornou um grito contra a evolução negativa do poder de compra dos franceses e a governação de Emmanuel Macron não tem líderes claros nem um caderno de encargos simples e resumido. Para os encontros com ministros do Governo na semana que passou, conseguiram elaborar um documento com 42 reivindicações, entregues terça-feira ao ministro da Transição Ecológica, François de Rugy.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O movimento de protesto que começou nas redes sociais contra o aumento do imposto sobre os combustíveis mas se tornou um grito contra a evolução negativa do poder de compra dos franceses e a governação de Emmanuel Macron não tem líderes claros nem um caderno de encargos simples e resumido. Para os encontros com ministros do Governo na semana que passou, conseguiram elaborar um documento com 42 reivindicações, entregues terça-feira ao ministro da Transição Ecológica, François de Rugy.
Aqui fica uma selecção de algumas (não todas) dessas exigências.
- Acabar com os sem-abrigo urgentemente
- Pagamento mais fatiado do Imposto sobre o rendimento
- Favorecer o pequeno comércio nas vilas e centro das cidades (cessar a construção de grandes áreas comerciais em torno das principais cidades, que prejudicam os pequenos negócios
- Mais estacionamento gratuito no centro das cidades
- Que os grandes (MacDonald’s, Google, Amazon, Carrefour...) paguem muito e os pequenos (artesãos, pequenas e médias empresas) paguem pouco
- Sistema de segurança social igual para todos (incluindo artesãos e empresários).
- Fim do aumento do imposto sobre o combustível
- Nenhuma pensão abaixo dos 1200 euros
- Os salários de todos os franceses, bem como as pensões e subsídios, indexados à inflação.
- Proteger a indústria francesa, proibindo as deslocalizações
- Fim do trabalho desvinculado
- Limitar mais o número de contratos a termo nas grandes empresas
- Fim da política de austeridade, interrompendo o pagamento da dívida considerada ilegítima sem fazer cobranças aos mais pobres e arrecadar 80 mil milhões de euros perdidos devido à evasão fiscal.
- Resolução das causas que geram migrações forçadas
- Que os requerentes de asilo sejam bem tratados. Colaboração com a ONU para criar centros de acolhimento em todo o mundo para instalar imigrantes e refugiados enquanto o processo de pedido de asilo decorre
- Implementação de uma política de integração real. Curso de francês, de história de França de educação cívica, com certificação
- Aumento do salário mínimo para os 1300 euros
- Criação de empregos
- Rendas mais baratas, sobretudo para estudantes e trabalhadores precários
- Mais meios para o sistema judicial, polícia e exército
- Todo o dinheiro gasto nas portagens deve ser investido na manutenção e desenvolvimento das estradas
- Como preço do gás e da electricidade aumentou desde que o sector foi privatizado, pede-se a nacionalização e a redução dos preços
- Mais meios para a psiquiatria
- Incluir o referendo na Constituição e consulta mais frequente do povo a nível nacional e regional
- Voltar ao mandato presidencial de sete anos
- Idade da reforma a partir dos 60 anos e para todos os trabalhadores com trabalho físico a partir dos 55
- Fim do imposto retido na fonte
- Fim dos subsídios vitalícios dos Presidentes