Andaluzia é o primeiro parlamento espanhol em que entra a extrema-direita
Vox estreia-se com 12 deputados, o que superou até as suas melhores expectativas para o parlamento autonómico. PSOE teve uma vitória tímida e a esquerda perde maioria. O governo andaluz socialista tem os dias contados.
Os resultados das eleições regionais na Andaluzia confirmaram as expectativas de vitória do PSOE mas sem maioria. Aliás, os socialistas tiveram o seu pior resultado de sempre nesta região. Mas a grande surpresa vai para o Vox, de extrema-direita, que entra com 12 deputados no parlamento andaluz, reconfigurando o mapa político nesta comunidade autónoma e excedendo até as suas melhores expectativas. Esquerda perde a maioria e é superada pelos partidos da direita.
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Os resultados das eleições regionais na Andaluzia confirmaram as expectativas de vitória do PSOE mas sem maioria. Aliás, os socialistas tiveram o seu pior resultado de sempre nesta região. Mas a grande surpresa vai para o Vox, de extrema-direita, que entra com 12 deputados no parlamento andaluz, reconfigurando o mapa político nesta comunidade autónoma e excedendo até as suas melhores expectativas. Esquerda perde a maioria e é superada pelos partidos da direita.
Claros vencedores nestas eleições só há um: o Vox. É a primeira vez que se faz representar num parlamento em Espanha e logo com 12 Deputados.
Ainda antes do anúncio dos resultados oficiais, a líder de extrema-direita francesa Marine Le Pen, da União Nacional felicitou o partido: “As minhas felicitações mais intensas e calorosas para os nossos amigos do Vox que, esta noite em Espanha, obtiveram um resultado muito significativo para um movimento jovem e dinâmico”, escreveu no Twitter.
O secretário-geral do Vox, Javier Ortega, mostrou-se confiante, em reacção aos resultados, em “tirar a Junta ao PSOE da corrupção e da ineficácia”. “Esta formação é capaz de fazer o que os outros não fizeram em 40 anos”, acrescentou.
Nenhum outro partido pode cantar vitória sozinho. Apesar de ter ficado em primeiro lugar, o PSOE, com 28% dos votos, e que teve como candidata Susana Díaz, terá apenas 33 deputados. Nunca tinha tido tão poucos na sua história na Andaluzia. Nas últimas eleições, em 2015, conquistou 47 assentos.
O PP conseguiu garantir o segundo lugar com 20% mas também perdeu deputados. Passou de 33 deputados para 26. Em terceiro surge o Cidadãos, com 21 deputados registando um significativo crescimento - tinha até aqui apenas nove deputados. "Há deputados para a mudança", reagiu Albert Rivera, líder do partido, garantindo que vai fazer cair o governo socialista.
Juntos, os três partidos de direita, ultrapassam toda a esquerda. Dessa forma, o governo regional socialista, há 36 anos ininterruptos no poder, tem os dias contados. Por isso, na sede do PP na Andaluzia festejou-se o resultado. E também na sede nacional onde, de acordo com o El País, o ambiente foi de "euforia" com fontes dos populares a ressaltarem um resultado "histórico". Daí chega também a informação que há disponibilidade para chegar a um acordo com o Vox. Estas foram as primeiras eleições desde que Pablo Casado chegou a líder do PP.
A coligação de esquerda Adelante Andalucía (Podemos mais Esquerda Unida) registou um resultado abaixo do esperado, ficando em quarto, quando algumas sondagens apontavam que poderia disputar o segundo posto com o PP. Teve 16% e vai contar com 17 deputados. Perdeu 300 mil votos relativamente às eleições de 2015.
Estas eleições foram sendo vistas como um teste ao actual momento dos partidos e como definidoras das estratégias partidárias para enfrentar o próximo ano e concretamente o mês de Maio, onde há eleições europeias, municipais e autonómicas.
Esta foi ainda a primeira votação desde que o líder socialista, Pedro Sánchez, conseguiu derrubar o Governo de Mariano Rajoy e chegar a primeiro-ministro. Era por isso um barómetro ao real poder socialista agora que lidera o Executivo nacional.
Os analistas não têm dúvidas: a Andaluzia sofreu um terramoto político.