"Jordis" em greve de fome contra o Tribunal Constitucional
Deputados independentistas catalães presos dizem que os tribunais têm bloqueado os seus recursos para impedir o seu acesso à justiça europeia.
Jordi Sànchez e Jordi Turull, dois dos deputados do partido Juntos pela Catalunha que se encontram presos pelo seu papel no referendo ilegal à independência da região, entraram neste sábado em greve de fome. Acusam o Tribunal Constitucional de bloquear sistematicamente os seus recursos.
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Jordi Sànchez e Jordi Turull, dois dos deputados do partido Juntos pela Catalunha que se encontram presos pelo seu papel no referendo ilegal à independência da região, entraram neste sábado em greve de fome. Acusam o Tribunal Constitucional de bloquear sistematicamente os seus recursos.
O Governo espanhol reagiu em comunicado ao início da greve: “O Governo recorda que os dirigentes independentistas contam com a protecção e as garantias que lhes oferece o Estado de Direito”.
A greve de fome foi anunciada na sexta-feira e insere-se num conjunto de medidas de protesto contra um processo que consideram “injusto” e contra o que dizem ser um bloqueio aos recursos apresentados pelos independentistas, o que tem impedido que o caso siga para o Tribunal Europeu de Direitos Humanos, em Estrasburgo.
Está previsto que a greve de fome dure por tempo indefinido. O início do julgamento no Supremo Tribunal espanhol foi marcado para Janeiro.
A Òmnium Cultural, uma organização independentista, divulgou uma fotografia dos sete deputados catalães na prisão de Lledoners, em Barcelona (Jordi Sànchez, Oriol Junqueras, Jordi Turull, Quim Forn, Jordi Cuixart, Josep Rull e Raül Romeva). “Hoje, como ontem e amanhã, unidade, serenidade e coragem. Viva a República”, lia-se na legenda da imagem.
A Direcção Geral de Serviços Penitenciários espanhola fisse que a divulgação da fotografia não foi autorizada.
“O Constitucional impõe-nos o bloqueio para aceder à justiça europeia. A sua acção é tão simples como pouco dissimulada: admite o trâmite a 100% dos recursos para posteriormente não resolver nenhum”, escrevem no comunicado os "Jordis".
“Não pedimos nenhum tratamento de favor mas também nenhuma descriminação e atraso injustificado. Nem que decidam a nosso favor: simplesmente que os admitam ou rejeitem. Só assim se desbloqueará o acesso à justiça europeia”, acrescentaram.
Este gesto de protesto foi impulsionado por outra organização popular independentista, a Assembleia Nacional Catalã (ANC). Elisenda Paluzie, presidente da ANC, pediu a Jordi Sànchez que avançasse com a greve de fome para reforçar a denúncia contra os tribunais. Turull juntou-se. Esta forma de protesto teve o aval de Carles Puigdemont, ex-presidente da Generalitat, que se está auto-exilado na Bélgica.
Os restantes detidos em Lledoners não apoiam a decisão.