CDS acusa Costa de anunciar um “logro”
Cecília Meireles diz que o Estado vai "trocar a dívida" e que Costa "brinca com as palavras
O anúncio de que Portugal pagará até ao final do ano a "totalidade da dívida de 4,6 mil milhões de euros ao FMI causa estranheza no CDS, sobretudo, por causa da ideia que o primeiro-ministro quis deixar no ar. O que o Estado vai fazer é “trocar a dívida”, já que “paga ao FMI e endivida-se noutras entidades a juros inferiores”, aponta Cecília Meireles, vice-presidente do partido, em declarações ao PÚBLICO.
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O anúncio de que Portugal pagará até ao final do ano a "totalidade da dívida de 4,6 mil milhões de euros ao FMI causa estranheza no CDS, sobretudo, por causa da ideia que o primeiro-ministro quis deixar no ar. O que o Estado vai fazer é “trocar a dívida”, já que “paga ao FMI e endivida-se noutras entidades a juros inferiores”, aponta Cecília Meireles, vice-presidente do partido, em declarações ao PÚBLICO.
A deputada centrista não contesta a decisão em si mas critica “o logro” lançado por António Costa no último dia de aprovação do Orçamento do Estado (OE 2019), “tal como em muitas outras coisas" do OE. “O que criticamos é criar-se a ideia de que o Estado paga a dívida. Parece que a dívida pública diminui mas não é bem assim, ela vai continuar a aumentar”, afirmou Cecília Meireles, acusando o primeiro-ministro de “brincar com as palavras”.
A vice-presidente da bancada sublinha que o que Portugal vai fazer é “trocar uma dívida por outra” embora admita que irá haver um alívio nas necessidades de financiamento.
No encerramento do debate do OE 2019, o primeiro-ministro anunciou que Portugal pagará 4,6 mil milhões de euros ao FMI até Dezembro, acrescentando apenas uma frase: “com todo o significado que comporta mais este virar de página". Tal como noutros momentos do discurso de António Costa ouviram-se palmas da bancada socialista.
Em Janeiro deste ano, Portugal tinha reembolsado mais 800 milhões de euros, elevando para um valor próximo dos 23 mil milhões de euros, o total já pago ao FMI. Deste modo, atingiu-se o objectivo de ficar apenas a dever 4600 milhões de euros, o que permitiu que Portugal continuasse a estar sujeito à penalização de três pontos percentuais na taxa de juro aplicada ao empréstimo.