Bloco quer ouvir Aguiar-Branco na comissão a Tancos

Arguidos na Operação Húbris estão na lista dos bloquistas, tal como os cinco oficiais exonerados e readmitidos pelo general Rovisco Duarte, outro militar cuja audição é requerida.

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Nuno Ferreira Santos

O ministro da Defesa no Governo de Pedro Passos Coelho, José Pedro Aguiar-Branco, é uma das 23 personalidades que o Bloco de Esquerda quer inquirir na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as consequências e responsabilidades políticas do furto do material militar em Tancos. Da lista consta, também, o ex-titular da pasta da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, bem como o seu antigo chefe de gabinete, tenente-general Martins Pereira.

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O ministro da Defesa no Governo de Pedro Passos Coelho, José Pedro Aguiar-Branco, é uma das 23 personalidades que o Bloco de Esquerda quer inquirir na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as consequências e responsabilidades políticas do furto do material militar em Tancos. Da lista consta, também, o ex-titular da pasta da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, bem como o seu antigo chefe de gabinete, tenente-general Martins Pereira.

No rol de inquirições estão, ainda, o antigo Chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, e o general Pina Monteiro, ex-CEMGFA (Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas).

A lista, que segue o propósito de investigar a situação de segurança dos paióis de Tancos antes, durante e depois do assalto detectado por uma ronda móvel às 16h30 de 28 de Junho de 2017, abrange o coronel Luís Vieira, antigo director-geral da Polícia Judiciária Militar (PJM) que se encontra em prisão preventiva, e o major Vasco Brazão, ex-porta-voz daquela polícia e que liderou a investigação, em prisão domiciliária sem vigilância electrónica.

O coronel Manuel Estalagem, líder da investigação criminal da PJM, o major Roberto Pinto da Costa, da PJM do Porto, e Mário Lage de Carvalho, militar da GNR em serviço na delegação da judiciária militar no Porto, são outras das audições requeridas pelo Bloco.

O mesmo sucede com o sargento Lima Santos, comandante da equipa de Investigação criminal da GNR de Loulé, e Bruno Ataíde, militar daquela força na cidade algarvia. Ambos são arguidos na Operação Húbris do Ministério Público, que investiga o processo de devolução de parte do material furtado, a 18 de Outubro de 2017, na Chamusca. Tal como José Carlos Costa, militar da Guarda de Loulé, cuja audição é, igualmente, pretendida.

Os comandantes do Regimento de Engenharia de Tancos e do Regimento de Infantaria 15, de Tomar, respectivamente os coronéis Paulo de Almeida e Ferreira Duarte, que foram exonerados pelo CEME Rovisco Duarte após a descoberta do furto, são outros dos oficiais cujo depoimento é requerido. Tal como o comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reacção Rápida, tenente-coronel Teixeira Correia, o comandante do Regimento de Paraquedistas, coronel Hilário Peixeiro, e o coronel Amorim Ribeiro, comandante da Unidade de Apoio de Material do Exército.

Estas exonerações foram justificadas pelo então chefe do Exército como cautelares, para não prejudicar as investigações, e posteriormente os cinco oficiais foram reconduzidos nos cargos. Como o PÚBLICO noticiou, Paulo de Almeida e Ferreira Duarte, foram entretanto escolhidos para integrarem o próximo curso de promoção a oficial general.

Como reacção a este processo, o tenente-general António Menezes, que chefiou as Forças Terrestres, e o tenente-general Antunes Calçada demitiram-se em divergência com Rovisco Duarte. A audição destes dois generais é igualmente requerida pelo BE.

Por fim, na lista estão os presidentes das associações de oficiais, dos sargentos e das praças, tenente-coronel António Mota, sargento António Ramos e Luís Reis. O Bloco solicita, ainda, à Comissão Parlamentar de Defesa o envio dos documentos na sua posse relativos a Tancos que lhe foram enviados pela Procuradoria-Geral da República.