Madrid fecha centro da cidade aos carros poluentes

Capital espanhola viveu uma manhã quase sem trânsito com a entrada em vigor de um programa de combate às emissões poluentes.

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Reuters

“Parece que [os carros] desapareceram da cidade”. Assim comentava na manhã de sexta-feira, ao jornal espanhol El País, a subdirectora do departamento de trânsito da câmara de Madrid, Marta Alonso. Foi a primeira manhã do Madrid Central, um programa de combate às emissões de gases com efeito estufa no centro da capital espanhola que inclui a total proibição da circulação de veículos poluentes. 

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“Parece que [os carros] desapareceram da cidade”. Assim comentava na manhã de sexta-feira, ao jornal espanhol El País, a subdirectora do departamento de trânsito da câmara de Madrid, Marta Alonso. Foi a primeira manhã do Madrid Central, um programa de combate às emissões de gases com efeito estufa no centro da capital espanhola que inclui a total proibição da circulação de veículos poluentes. 

O projecto, aprovado no final de Outubro, visa melhorar a qualidade de vida e aumento da segurança de um espaço urbano partilhado por carros, bicicletas, pedestres e um número crescente de transportes pessoais. Na prática, o Madrid Central criou uma zona de baixas emissões com uma área total de 472 hectares, onde veículos a gasolina registados antes de 2000 e a diesel antes de 2006 não podem circular, a menos que sejam usados por residentes. Quem reside fora dos limites impostos poderá ter de deixar o seu veículo em parques de estacionamento públicos. 

Pessoas com mobilidade reduzida, ambulâncias, táxis, carrinhas de entrega e veículos eléctricos continuam a poder circular no centro da cidade sem restrições.

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Zonas incluídas no plano "Madrid Central"

O objectivo a longo prazo é reduzir os níveis de emissão de gases com efeito estufa em 23% até 2020 e fazer com que exista mais população a circular no centro da cidade que carros. 

Segundo o El País, não serão passadas multas aos infractores em Dezembro, que será sobretudo um mês de sensibilização, nem em Janeiro, quando começam a ser instalados controlos automáticos que vão enviar um aviso aos condutores que entrarem no centro de Madrid com veículos não autorizados. Depois, no entanto, haverá penalizações. 

Cidades apertam o cerco à poluição

Madrid não é a primeira cidade a adoptar medidas deste género. No final de 2016, Paris, Atenas e a Cidade do México também revelaram a sua intenção de proibir carros a diesel e carrinhas de circular nas ruas da cidade até 2025 e, em Maio deste ano, a cidade alemã de Hamburgo tornou-se a primeira naquele país a banir veículos antigos a diesel das suas duas ruas mais movimentadas. 

Já antes em Portugal, também Lisboa tomou medidas semelhantes ao proibir a circulação de carros anteriores a 1992 no centro da cidade.

O plano espanhol é no entanto mais ambicioso, uma vez que restringe a circulação de todas as viaturas poluentes. Alteração de limites de velocidade e a construção de novos parques de estacionamento para bicicletas e de vias pedonais são outras medidas a ser lançadas. 

O Madrid Central está a ser preparado desde 2016 e o principal projecto do mandato da autarca Manuela Carmena, do movimento Agora Madrid (uma coligação de partidos de esquerda), que também conta com o apoio dos socialistas do PSOE.