Família do pintor Veloso Salgado entrega espólio ao Museu do Chiado
Doação inclui núcleos importantes de fotografia, pintura, obras em papel, fotografia e arquivo documental, que serão agora estudados e parte deles expostos no museu.
O espólio de família do pintor José Maria Veloso Salgado (1864-1945), que inclui pintura, desenho, fotografias, mobiliário e vários objectos, foi legado ao Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, indicou esta sexta-feira à agência Lusa fonte da entidade.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O espólio de família do pintor José Maria Veloso Salgado (1864-1945), que inclui pintura, desenho, fotografias, mobiliário e vários objectos, foi legado ao Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, indicou esta sexta-feira à agência Lusa fonte da entidade.
De acordo com a curadora e conservadora do museu, Maria de Aires Silveira, que tem acompanhado o processo, o conteúdo da casa de família do artista foi deixado em testamento, pela neta, Conceição Veloso Salgado, após a sua morte, há cinco anos.
Através da investigação já iniciada ao espólio, Maria de Aires Silveira descobriu cartas e desenhos que estabeleceram uma ligação a outros artistas, quando Veloso Salgado viveu em França, com uma bolsa de estudo, e daí surgiram pistas para encontrar duas pinturas inéditas que estarão expostas até Fevereiro de 2019 no Museu Nacional de Arte Contemporânea/Museu do Chiado.
A casa de família do pintor está situada num prédio próximo da Assembleia da República, em Lisboa, e "o seu conteúdo é riquíssimo, porque se manteve praticamente inalterado desde o século XIX, e revela os ambientes dos salões da época".
"Só soubemos dessa intenção da neta do pintor de legar o espólio da casa através de um telefonema do testamenteiro", recordou, sobre o processo, que demorou algum tempo a concretizar-se devido aos trâmites legais.
Maria de Aires Silveira relatou que da inventariação do recheio da casa do artista foram descobertos núcleos importantes de fotografia, pintura, obras em papel, fotografia e arquivo documental, que serão agora estudados e parte deles expostos no museu.
"Através deste importante espólio será possível saber mais sobre a vida e obra de Veloso Salgado", um artista que deixou uma importante obra no retrato e paisagem.
Da pesquisa ao espólio existente na casa, foi também descoberta correspondência entre Salgado Veloso e o casal de artistas Adrien Demont e Virginie Demont-Breton. "Falei com as autoridades em França e depois com a família, o que possibilitou a descoberta de dois retratos inéditos extraordinários feitos pelo artista português ao casal", relatou.
Os dois "retratos excepcionais", que dão outra perspectiva do percurso artístico de Veloso Salgado, encontram-se agora expostos no Museu do Chiado, na actual exposição permanente, Arte Portuguesa - Razões e Emocões.
Quanto ao espólio da casa do pintor em Lisboa fica entregue ao museu, que está a desenvolver soluções para preservar o mobiliário da época.
Situado no centro histórico de Lisboa, o Museu do Chiado foi fundado em 1911, como Museu Nacional de Arte Contemporânea, e o seu acervo integra mais de 5.000 peças de arte, num percurso cronológico desde 1850 até à actualidade, incluindo pintura, escultura, desenho, fotografia e vídeo.