Banco de Inglaterra avisa que economia não está preparada para “Brexit” sem acordo

Mark Carney, governador da instituição, alerta para a importância de um período transitório.

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Mark Carney, governador do Banco de Inglaterra, durante a apresentação do estudo sobre o impacto do "Brexit" LUSA/WILL OLIVER

O governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, avisou nesta quinta-feira que boa parte da economia britânica “não está preparada” para uma saída da União Europeia (UE) sem acordo.

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O governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, avisou nesta quinta-feira que boa parte da economia britânica “não está preparada” para uma saída da União Europeia (UE) sem acordo.

Mark Carney, que apresentou na quarta-feira um relatório do banco central sobre o impacto do “Brexit”, disse em entrevista à BBC que "menos da metade das empresas fez planos de contingência".

"Todos os sectores, toda a infra-estrutura do país, estão prontos neste momento? Até onde sabemos, a resposta é não", disse Carney no programa Today da Radio 4.

O governador disse que o mais importante para a estabilidade da economia é que haja "um período de transição".

A possibilidade de um “Brexit” sem acordo ainda é válida dada a grande oposição que tem sido feita ao acordo alcançado com Bruxelas pela primeira-ministra, Theresa May, que será votado pelo Parlamento britânico a 11 de Dezembro, após cinco dias de debate.

No seu relatório, apresentado na quarta-feira poucas horas depois de o Governo de May ter apresentado também um estudo, o banco central previu um cenário de caos económico se o país deixar a UE sem um período de pacto ou transição. A instituição prevê uma contracção da economia britânica até 8% e o aumento do desemprego até 7,5% logo no primeiro ano após o final do período de transição – que termina em Dezembro de 2020, mas pode ser extensível até ao final de 2022 –, se o país se lançar num “Brexit” “desordeiro”. Conta ainda com uma depreciação da libra até 25% e um aumento da inflação para 6,5%.

Já ontem, em entrevista à BBC, o ministro das Finanças, Philip Hammond, confessou que a economia do Reino Unido vai sempre sair prejudicada com o “Brexit” em comparação com a manutenção do país na UE.