One Love: UNESCO junta o reggae à lista de património imaterial da humanidade
O reggae foi “a voz dos marginalizados” e carrega mensagens de "injustiça, resistência, amor e humanidade".
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) inscreveu esta quinta-feira o reggae, o estilo musical oriundo da Jamaica celebrizado por Bob Marley e que agrega uma série de influências, na sua lista que consagra os representantes do Património Cultural Imaterial da Humanidade. Há uma semana, a ministra da Cultura jamaicana Olivia Grange já dizia que seria “um grande feito para a Jamaica”.
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A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) inscreveu esta quinta-feira o reggae, o estilo musical oriundo da Jamaica celebrizado por Bob Marley e que agrega uma série de influências, na sua lista que consagra os representantes do Património Cultural Imaterial da Humanidade. Há uma semana, a ministra da Cultura jamaicana Olivia Grange já dizia que seria “um grande feito para a Jamaica”.
“Originária de um espaço cultural que servia de casa a grupos marginalizados, sobretudo em Western Kingston, a música reggae da Jamaica é uma amálgama de influências musicais, incluindo formatos jamaicanos originais, bem como melodias caribenhas, latinas e norte-americanas”, escreve a UNESCO na sua entrada sobre o estilo musical na conceituada lista.
A organização das Nações Unidas destaca que o reggae foi “a voz dos marginalizados” e que hoje é acolhida transversalmente pela sociedade. “O seu contributo para o debate internacional nos temas de injustiça, resistência, amor e humanidade sublinha a dinâmica dos seus elementos, simultaneamente cerebrais, socio-político, sensuais e espirituais.” Na Jamaica, sendo um traço identitário cultural que a todos toca, é ensinada nas escolas aos alunos. Como descreve a editora do New York Times Sandra E. Garcia, “é reggae: suave, adorável, cool, contido, clássico”.
O single Do the Reggay (1968), do grupo Toots and the Maytals, usou pela primeira vez numa canção popular a expressão reggae. A sua cultura, que emerge no final dos anos 1960 na ilha caribenha, alargada tem efígies como a de Bob Marley e a marijuana, e está associada ao imperador etíope Haile Selassie, ou Ras Tafari – o movimento rastafári, uma religião que surge também na Jamaica no início do século XX, está fortemente ligado ao reggae e a ídolos como Marley. “O reggae é singularmente jamaicano. É uma música que criámos que penetrou todos os cantos do mundo”, disse a ministra Olivia Grange antes da votação, citada pela AFP.
A lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade abrange já práticas culturais portuguesas como o fado, os bonecos de Estremoz ou o cante alentejano. Candidatura jamaicana foi feita em Setembro e a UNESCO reúne esta semana, e até dia 1, a sua comissão para decidir que candidatos são escolhidos. Segundo a agência AFP, o reggae concorria por um lugar com práticas tão distintas quanto a luta livre sul-coreana ou a perfumaria artesanal de Grasse (França).