Ao quinto dia, adesão à greve cirúrgica dos enfermeiros ronda os 95%
Os sindicatos estimam que foram adiadas já mais de 2000 cirurgias por causa da greve dos enfermeiros, que decorre até ao final de Dezembro em cinco blocos operatórios do país.
O quinto dia de greve cirúrgica, que decorre em cinco blocos operatórios de hospitais públicos, teve uma adesão que ronda os 95%, uma paralisação quase total semelhante aos valores registados nos últimos dias, informou nesta quarta-feira o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor). A paralisação teve início na quinta-feira e prolongar-se-á até 31 de Dezembro.
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O quinto dia de greve cirúrgica, que decorre em cinco blocos operatórios de hospitais públicos, teve uma adesão que ronda os 95%, uma paralisação quase total semelhante aos valores registados nos últimos dias, informou nesta quarta-feira o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor). A paralisação teve início na quinta-feira e prolongar-se-á até 31 de Dezembro.
“A nível nacional temos um cancelamento efectivo da quase totalidade das cirurgias e com números que ultrapassarão as 2000 cirurgias programadas, mantendo-se a realização das cirurgias urgentes e oncológicas classificadas como graves e muito graves”, refere no Facebook o sindicato, um dos que convocou a greve. Os enfermeiros reivindicam progressões na carreira, a consagração da categoria de enfermeiro especialista e pedem uma maior valorização da sua profissão e das suas condições de trabalho.
No Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), foram canceladas nesta quarta-feira 133 cirurgias, ainda que tenham sido realizadas 15 cirurgias oncológicas ou urgentes. Já no Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) foram feitas três cirurgias consideradas urgentes, tendo sido canceladas 20. No Centro Hospitalar do Porto (CHP) e no Centro Hospitalar São João (CHSJ) não são ainda conhecidos os números oficiais, mas os enfermeiros estimam que rondem as duas centenas de cirurgias não realizadas.
O Sindepor acusa ainda o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) de tentar “manipular os números” ao desmarcar e reagendar cirurgias programadas – algo que os enfermeiros dizem estar a agravar o problema, afectando negativamente as “já extensas listas de espera”. Na terça-feira, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, afirmou que o Serviço Nacional de Saúde não terá capacidade de reprogramar para os próximos anos todas as operações canceladas e adiadas durante estes dias.
O sindicato diz ainda que os enfermeiros dos blocos operatórios de todo o país se têm recusado a participar no Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), levando a ainda mais cirurgias adiadas (e listas de espera mais longas), o que o Sindepor considera ser prova “da imprescindibilidade dos profissionais de enfermagem na sua realização”.