Porto está a reciclar mais 12% do que no ano passado
Vereador do Ambiente diz que os dados da reciclagem superaram "as melhores expectativas" e que objectivos para 2020 serão cumpridos
O Porto tem como objectivo chegar a 2020 com uma taxa de reciclagem de 30,66% e o vereador do Ambiente, Filipe Araújo, disse, esta terça-feira, acreditar que o município vai cumprir. O vice-presidente da Câmara do Porto aproveitou a reunião do executivo para fazer uma apresentação do trabalho desenvolvido pela Empresa Municipal do Ambiente, numa sessão em que eram votados os contratos-programa de gestão de resíduos urbanos e limpeza do espaço público entre esta entidade e o município. As muitas críticas que têm existido a problemas de limpeza na cidade levaram toda a oposição a abster-se.
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O Porto tem como objectivo chegar a 2020 com uma taxa de reciclagem de 30,66% e o vereador do Ambiente, Filipe Araújo, disse, esta terça-feira, acreditar que o município vai cumprir. O vice-presidente da Câmara do Porto aproveitou a reunião do executivo para fazer uma apresentação do trabalho desenvolvido pela Empresa Municipal do Ambiente, numa sessão em que eram votados os contratos-programa de gestão de resíduos urbanos e limpeza do espaço público entre esta entidade e o município. As muitas críticas que têm existido a problemas de limpeza na cidade levaram toda a oposição a abster-se.
Depois de ouvir Filipe Araújo, o socialista Manuel Pizarro disse que até reconhecia “a importância do trabalho feito” pela empresa municipal, mas explicou que os vereadores do PS não tinham para oferecer mais do que a abstenção por causa de “um conjunto de dificuldades em matéria de limpeza urbana”. A mesma razão para o mesmo voto foi apresentada por Ilda Figueiredo, da CDU, enquanto Álvaro Almeida, do PSD, foi mais duro. “É evidente que a qualidade da limpeza e recolha de lixo no último ano se degradou. Não há nenhuma vantagem visível para os cidadãos do Porto na criação desta empresa e estamos convencidos que nunca haverá. Foi um erro”, disse, antes de anunciar também que se iria abster.
Depois de, por diversas vezes, o presidente da câmara, Rui Moreira, ter reconhecido que havia um problema com a limpeza, decorrente da transição do serviço da concessionária para a empresa municipal, pedindo paciência e apontando o passado mês de Outubro como o de uma prometida estabilização, desta vez ninguém da maioria falou sobre estas críticas. A sustentar a sua posição ficaram apenas os dados apontados pelo vereador do Ambiente.
Segundo Filipe Araújo, a taxa de reciclagem do Porto está, actualmente, bem próxima dos 28% (correspondendo a mais de 22.900 toneladas de resíduos), quando em 2017 mal ultrapassava os 26% (cerca de 20.400 toneladas). Um crescimento de 12%, que o deixa confiante em alcançar o objectivo de chegar a uma taxa superior a 30% daqui a três anos. “Temos superado as melhores expectativas em termos de reciclagem”, disse. A recolha do indiferenciado, mostram os dados apresentados, também aumentou, mas de forma muito ténue: apenas 2%.
Estes valores assentam, segundo a informação apresentada, em três linhas: a introdução de novas frequências de recolha, a instalação de mais e novos ecopontos e o desenvolvimento dos programas porta-a-porta. Estes programas, durante o corrente ano, abrangeram 2850 habitações, mas 2019 traz o potencial de ainda melhores resultados, já que a empresa municipal pretende avançar com um novo porta-a-porta para a zona Oriental e um projecto-piloto para zonas de grande densidade.
O novo ano trará a continuação de instalação dos novos ecopontos e uma nova frota de veículos de recolha, a gás natural.
Outro serviço que, segundo o vereador do Ambiente, viu a sua qualidade melhorar substancialmente durante este ano é a recolha gratuita dos chamados “monstros e verdes”. A reestruturação dos serviços da Ecolinha permitiu diminuir o tempo de resposta aos pedidos de recolha ao domicílio de quase dois meses – número que ainda vigorava em Agosto deste ano – para “um período inferior a cinco dias úteis”.
Filipe Araújo garantiu que as medidas previstas para o próximo ano, bem como as campanhas de fiscalização e sensibilização que estão no terreno desde Agosto e a estabilização do quadro de pessoal (a empresa tem 314 colaboradores) vão permitir “melhorar ainda mais o serviço”. Uma avaliação que, afirmou, se reflecte também nos custos da operação. Segundo os dados apresentados, em 2019, o município vai gastar menos 27% com a limpeza pública. A externalização dos serviços de limpeza e recolha de resíduos, entre 2014 e 2017, representava para a câmara um custo anual de nove milhões de euros.