Na "Biblioteca das Coisas" o que não serve a um cidadão pode ser útil a outro
Ferramentas e utensílios que já não usa? Um espaço comercial para arrendar por valores simbólicos? Projecto "Biblioteca das Coisas" vai nascer no centro histórico do Porto já em 2019
Um berbequim ou uma tenda de campismo são alguns dos materiais que a junta de freguesia do Centro Histórico do Porto pretende disponibilizar a moradores e comerciantes da baixa da cidade no âmbito do projecto "Biblioteca das Coisas". O conceito parte da ideia de que muitas das ferramentas e utensílios de que a generalidade das famílias dispõe só são usados uma vez por ano ou menos, enquanto na porta ao lado um qualquer arranjo simples permanece por fazer na falta desses materiais ou de quem o possa realizar.
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Um berbequim ou uma tenda de campismo são alguns dos materiais que a junta de freguesia do Centro Histórico do Porto pretende disponibilizar a moradores e comerciantes da baixa da cidade no âmbito do projecto "Biblioteca das Coisas". O conceito parte da ideia de que muitas das ferramentas e utensílios de que a generalidade das famílias dispõe só são usados uma vez por ano ou menos, enquanto na porta ao lado um qualquer arranjo simples permanece por fazer na falta desses materiais ou de quem o possa realizar.
A "Biblioteca das Coisas" da União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória será um espaço com acesso a essas ferramentas de forma gratuita para pessoas carenciadas e por arrendamento simbólico para comerciantes. De acordo com o presidente da junta, António Fonseca, o projecto avança este mês para conhecimento na Câmara do Porto, estando a inauguração da obra prevista para o primeiro trimestre do próximo ano.
A "Biblioteca das Coisas" vai ser financiada no âmbito do orçamento colaborativo, ou seja, com parte dos 100 mil euros que a Câmara do Porto vai atribuir a esta União de Freguesias, conforme descreveu António Fonseca numa apresentação do projecto que juntou personalidades da cidade, associações e moradores.
"Temos população carenciada que às vezes nem tem como fazer um arranjo em casa e temos comerciantes que precisam de recorrer a uma ferramenta, mas se calhar evitariam comprá-la só para uma ou duas vezes. À semelhança de uma biblioteca, onde se requisitam livros, vamos emprestar e alugar materiais", descreveu António Fonseca, estimando gastar cerca de 25 mil euros na concretização desta ideia.
O projecto, da autoria do arquitecto Hugo Igrejas, já tem espaço definido: o número 52 da praça Carlos Alberto, onde antes funcionaram os serviços administrativos da Junta da Vitória. As instalações vão incluir espaço para apresentações, acesso a computador e arquivo de manuais e livros, para que seja possível consultar e pesquisar como fazer determinados arranjos.
Este projecto foi aprovado e discutido por um júri do qual faziam parte, entre outros, o provedor da Santa Casa de Misericórdia do Porto, António Tavares, o ex-vice-presidente da Câmara e ex-vereador do Urbanismo, Paulo Morais, e o investigador e escritor, Hélder Pacheco.