Em Lisboa e no Porto, passa-se mais de uma hora por dia em deslocações
O automóvel continua a ser o meio de transporte favorito dos residentes nas grandes áreas metropolitanas, ainda que mais de 30% dos inquiridos admita gastar entre 30 e 100 euros por mês em combustível.
Em média, os residentes da área metropolitana de Lisboa e do Porto passam mais de uma hora por dia em transportes. Em Lisboa são 72,5 minutos e no Porto, 66,8 minutos, de acordo com os resultados dos Inquéritos à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, tornados públicos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta terça-feira.
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Em média, os residentes da área metropolitana de Lisboa e do Porto passam mais de uma hora por dia em transportes. Em Lisboa são 72,5 minutos e no Porto, 66,8 minutos, de acordo com os resultados dos Inquéritos à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, tornados públicos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta terça-feira.
Estes são valores médios. Há quem demore mais e menos tempo em deslocações dentro das duas grandes áreas metropolitanas nos dias úteis. No caso de Lisboa são os moradores do município que mais tempo despendem nas suas deslocações: uma hora e 24 minutos por dia, em média. Quem demora menos tempo, são os residentes em Mafra, que demoram apenas 59 minutos em deslocações durante os dias da semana.
No Porto, são os residentes em Vila Nova de Gaia que mais tempo gastam em deslocações – em média, passam uma hora e 20 minutos. Já os residentes de São João da Madeira passam 46,1 minutos e são os que menos tempo despendem em deslocações nos dias úteis.
Quem se dirige para Lisboa faz em média 2,60 viagens por dia e quem se dirige para o Porto faz 2,72 viagens, com tempos de deslocação diferentes: 24,5 minutos em Lisboa e 22 minutos no Porto. Em ambos os casos, mais de 30% das deslocações foram feitas para ir e regressar do trabalho.
Em Lisboa, as deslocações são maioritariamente entre os municípios da Amadora (87,7% dos inquiridos) e Odivelas (84,6%) para o centro da capital. No Porto, a situação é ligeiramente diferente: as deslocações acontecem dentro do próprio município (85% dos casos) ou em Matosinhos (83%).
Em média, estas deslocações somam 11 quilómetros para quem vive na área metropolitana de Lisboa. Quem vive em Alcochete, o município mais longínquo, tem de percorrer 15,2 quilómetros. Por contraste, os residentes no município de Odivelas fazem apenas 8,7 quilómetros por dia, em média.
Na área metropolitana do Porto, as distâncias médias percorridas foram de 10,6 quilómetros. Os residentes em Gondomar percorrem em média uma maior distância diariamente: uma média de 13,2 quilómetros. Desde Vale de Cambra a média são de apenas 7,5 quilómetros.
Transportes públicos são a terceira opção
O automóvel continua a ser o meio de transporte preferido de quem se desloca para as áreas metropolitanas. Até aqui, nenhuma surpresa: os dados do Eurostat de 2016 já mostravam que os portugueses eram os segundos europeus que mais usavam o carro como meio de transporte principal. Os primeiros são os lituanos.
No Porto, 67,6% dos inquiridos admitiram que o carro era o seu meio principal de transporte. A taxa de ocupação automóvel, isto é, o número de pessoas que transporta cada carro, é de 1,56 pessoas naquela área metropolitana.
As despesas mensais com combustível, nesta área metropolitana, variam entre 60 e 150 euros por cada agregado: 37,9% dos inquiridos admitiu gastar entre 30 e 100 euros em combustível. As despesas com portagens não chegaram, em média, aos dez euros mensais.
Em Lisboa, a percentagem de utilização automóvel era ligeiramente mais baixa, de 58,9% e a taxa de ocupação era de 1,60 pessoas.
As disparidades entre os utilizadores de automóvel são maiores nos municípios que compõem a Área Metropolitana de Lisboa. Em municípios como Lisboa, Barreiro, Odivelas e Moita, cerca de 30% dos inquiridos disseram não ter despesas fixas com combustível.
Já em Mafra, Sesimbra, Palmela e Alcochete menos de 8% responderam da mesma forma. “Nestes quatro municípios, uma parte muito substancial da população revelou despesas mensais regulares em combustível, no agregado, a atingir 100 ou mais euros”, lê-se no relatório do INE.
De acordo com os dados do INE, 37,2% dos residentes da Área Metropolitana de Lisboa dizem gastar entre 30 e 100 euros em combustível por mês.
Quanto às portagens, 12,7% dos residentes revelam despesas mensais iguais ou superiores a 30 euros, especialmente nos municípios de Alcochete (40,1%) e Mafra (32%).
Há, no entanto, quem prefira deslocar-se a pé ou de bicicleta. Em Lisboa, essas pessoas representam 23,5% dos casos – mas apenas 0,5% usam bicicleta. No Porto, a percentagem é ligeiramente mais baixa: 18,9% preferem andar e apenas 0,4% usam bicicleta.
Os transportes públicos surgem em terceiro na preferência dos portugueses que vivem naquelas áreas metropolitanas: representam 15,8% das deslocações em Lisboa e 11,1% no Porto. O autocarro é o meio de transporte público mais usado (mais de 8%), seguido do transporte ferroviário pesado e ligeiro (comboio e metro) que corresponde a 2,8% da utilização no Porto e 6,3% em Lisboa.
As despesas com transportes são, em média, de 30 euros tanto no Porto quanto em Lisboa.